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Coluna do Teleco 1910

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1977

Corinthians, o grito sufocado de um povo

Corinthians, força inacreditável, inigualável, avassaladora: 1977 foi uma vitória espetacular e muito disso se deve à torcida.

Este campeonato daria um livro e não me atrevo a querer falar de tudo em um artigo. Muito deste campeonato já foi esmiuçado nos mínimos detalhes, gols, jogos, o que os jogadores pensavam, superstições e muito mais. Acho que é dado muito destaque a Basílio e pouca gente viu como foi sofrido chegar lá. Por isso, aqui falo um pouco do elenco e da campanha.

O campeonato

A Federação Paulista queria ganhar muito dinheiro em 1977. Para isso preparou uma fórmula esdrúxula, com 19 times se enfrentando em três turnos.

Os times foram divididos em três grupos de cinco e um de quatro. Ao fim do primeiro e segundo turnos, os campeões de cada turno se enfrentavam em semifinal e final. Os vencedores de cada turno mais os seis melhores colocados iam para o terceiro turno. Goleadas davam três pontos.

Vale lembrar que nesta época o legal mesmo era o campeonato regional, com o Brasileiro em segundo plano.

A campanha

O Corinthians começou cambaleante o campeonato. Depois de uma derrota doída contra o Guarani, o técnico Duque foi demitido e veio Oswaldo Brandão; apesar de melhora imediata, quem levou o turno foi o Botafogo do craque Sócrates.

No segundo turno, venceu 13 de 18 partidas e empolgava. Os jogos terminavam no domingo e já se formavam filas na FPF para compra o ingresso para as próximas partidas. As vitórias na semifinal e final de turno contra SPFC e o rivale Palmeiras só aumentou a confiança.

O terceiro turno foi mais um de fortes emoções. Agora que já sabemos o final, tudo bem, mas dê uma olhada nos resultados, some com muitos anos sem títulos e pense como você ficaria rico vendendo Rivotril nesta época. Antes das finais, o Corinthians tinha jogado três vezes com a Ponte Preta e perdeu as três...

Todos os vídeos que achei coloquei links nos placares. Se você souber de algum vídeo que eu não achei, por favor me avise nos comentários.


Primeiro turno

09/02

Corinthians

2 x 0

Portuguesa Santista

13/02

Ponte Preta

4 x 0

Corinthians

16/02

Corinthians

3 x 0

Comercial

19/02

Paulista

0 x 2

Corinthians

24/02

Ferroviária

0 x 0

Corinthians

27/02

Marília

0 x 2

Corinthians

02/03

Corinthians

0 x 1

Juventus

06/03

Botafogo

2 x 2

Corinthians

10/03

Corinthians

2 x 0

Portuguesa

13/03

Noroeste

1 x 0

Corinthians

20/03

Santos

1 x 1

Corinthians

23/03

São Bento

0 x 0

Corinthians

27/03

Corinthians

0 x 3

Guarani

17/04

Corinthians

1 x 0

São Paulo

20/04

Corinthians

3 x 1

XV de Piracicaba

27/04

Corinthians

3 x 0

América

08/05

Palmeiras

0 x 0

Corinthians

11/05

Corinthians

4 x 0

XV de Jaú


Segundo turno

22/05

Corinthians

2 x 0

São Bento

25/05

Corinthians

5 x 1

Noroeste

29/05

Corinthians

4 x 0

Santos

05/06

XV de Jaú

3 x 0

Corinthians

09/06

Corinthians

2 x 0

Botafogo

12/06

Guarani

2 x 1

Corinthians

19/06

Portuguesa Santista

0 x 1

Corinthians

26/06

Comercial

0 x 1

Corinthians

02/07

Corinthians

4 x 0

Paulista

10/07

Portuguesa

1 x 0

Corinthians

17/07

Corinthians

1 x 0

Juventus

24/07

Palmeiras

4 x 2

Corinthians

27/07

Corinthians

1 x 0

Marília

31/07

América

1 x 2

Corinthians

10/08

XV de Piracicaba

2 x 3

Corinthians

13/08

Corinthians

3 x 1

Ferroviária

21/08

Corinthians

1 x 0

São Paulo

25/08

Corinthians

1 x 2

Ponte Preta


Semifinal do segundo turno

28/08 Corinthians 2 x 1 São Paulo


Final do segundo turno

31/08 Palmeiras 0 x 1 Corinthians


Terceiro turno

04/09 Santos 2 x 2 Corinthians
11/09 Corinthians 0 x 1 Ponte Preta
18/09 Corinthians 2 x 0 Palmeiras
21/09 Corinthians 0 x 1 Guarani
25/09 Botafogo 0 x 1 Corinthians
29/09 Corinthians 1 x 0 Portuguesa
02/10 Corinthians 2 x 1 São Paulo


Finais

05/10 Corinthians 1 x 0 Ponte Preta
09/10 Corinthians 1 x 2 Ponte Preta
13/10 Corinthians 1 x 0 Ponte Preta

Na final, o empate dava o título ao Corinthians.

Basílio não ganhou sozinho

O time era um 4-3-3 durante o campeonato com Tobias (Jairo); Zé Maria, Moisés (Darci), Zé Eduardo (Ademir) e Wladimir (Cláudio Mineiro); Russo (Givanildo), Basílio (Luciano) e Palhinha (Adãozinho); Vaguinho, Geraldão(Lance) e Romeu (Edu). Técnico: Duque, depois Oswaldo Brandão.

Nas finais, o time migrou para um 4-4-2 com Palhinha mais à frente: Tobias (Jairo); Zé Maria, Moisés, Zé Eduardo e Wladimir; Russo, Basílio, Luciano e Palhinha; Geraldão e Romeu. Com a ausência de Palhinha na final, voltou ao 4-3-3 no último jogo.

Até vencer este campeonato, o Corinthians vivia trocando times inteiros a cada temporada e seus jogadores iam ser campeões em outros lugares. O vice-campeonato no Brasileiro de 1976 deu lastro para o time ser mantido e ajudou no sucesso.

Os goleiros eram Tobias, Jairo e Solito. Não se pode dizer que Tobias e Jairo eram dois frangueiros, mas também não eram milagreiros. O goleiro da base Solito nem entrou.

Na lateral direita, o monstro Zé Maria. O Super-Zé era extraordinário em caráter e abnegação; para coroar tudo isso tinha boa técnica.

Na zaga central, Moisés batia até na sombra, mas dava conta do recado. Seu reserva era Darci, da base. O quarto zagueiro era Zé Eduardo, também da base. O reserva Ademir pouco jogou.

O fantástico Wladimir veio da base em 74 e tomou conta da lateral esquerda do Corinthians. Recordista de jogos do clube e um dos melhores em sua posição na história. Cláudio Mineiro era o reserva.

O volante Russo podia não ser um primor de jogador, mas era o titular sem contestação. Givanildo veio com fama mas ficou pouco tempo no clube.

Basílio veio com a ingrata missão de substituir Rivellino em 1975. Muito querido, seu maravilhoso gol na final garante seu lugar no coração de todos os corinthianos. Luciano podia ser mais ativo e atento, mas ocupava o seu lugar no meio campo ao lado de Basílio. O cria da base Adãozinho era reserva, assim como Lance, que apesar de centroavante entrava mais atrás às vezes.

Se você ver algum clipe de melhores momentos você pode achar que Vaguinho era um craque, mas o ponta direita enlouquecia a torcida com cruzamentos para o vazio e chutes na lua. O reserva Rubens Nicola nunca o ameaçou.

O craque do time era Palhinha, que era meia de origem mas tão craque que jogava quase um atacante, e dos bons. Chegou no meio de campeonato e 60 mil foram vê-lo... e o Corinthians perdeu, como era sua sina em grandes estreias de jogador. Ficou na história, ainda mais depois de fazer grande dupla com o Doutor.

Geraldão fazia gols a rodo e perdia aos borbotões.

Na ponta esquerda, o acima da média mas não craque Romeu Cambalhota fazia as vezes, com o rotundo Edu como reserva.

Artilharia

Geraldão foi o artilheiro com 23 gols marcados, seguido por Palhinha com 9; Romeu e Vaguinho fizeram 8 gols cada um. Luciano fez 7 gols, Basílio marcou seis vezes e Russo 3. Edu fez dois gols; Adãozinho, Darci, Lance, Wladimir e Zé Maria fizeram um gol cada.

Corinthians acima de tudo

Ser corinthiano é sensacional. Estes anos todos sem título, essa conquista no sangue e na raça de time e torcida só mostraram que o Corinthians é inigualável. Vai Corinthians!

Agradeço ao super-corinthiano Ricardo, que acompanhou boa parte do campeonato in loco, pela grande ajuda.

Ouça-me no Podcastimão e me xingue no Twitter. Vai Corinthians!

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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