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Ainda falta Corinthians a este Corinthians
Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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Ainda falta Corinthians a este Corinthians

Derby: a energia que garante o triunfo

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Reto e claro: o Timão é sangue “nozóio”, aquele mesmo sangue valioso cuja coleta incentivamos em nosso manto sagrado. E isso vale especialmente para os clássicos.

Em tempos recentes, no entanto, essa característica parece adormecida. Já são quatro jogos sem vitória contra o Palmeiras. Contra o Santos, o retrospecto recente também não nos é favorável.

Neste 3 de Abril, mais uma vez, os palestrinos entraram em campo como se disputassem uma final de campeonato, marcando duramente a saída de bola mosqueteira.

O “matusalém” Zé Roberto esbanjava vigor ao impedir a saída de bola dos jovens alvinegros. Elias, ainda fora de forma, tinha dificuldade para fazer fluir o jogo. Bruno Henrique, com suas limitações, pouco fazia para desafogar a meia cancha.

Na frente, Lucca, sofrendo marcação dupla, pouco evoluía. Giovanni Augusto, amarrado na marcação, não era capaz de estabelecer o jogo criativo. Pouco se via de Guilherme em campo, mais uma vez.

Houve quem comparasse a peleja a um jogo de xadrez. Talvez, mas com ânimo maior do time verde, que superava pela vontade a evidente inferioridade técnica. Não havia sido diferente em outros embates recentes do Derby.

Em casa, depois de empate em 2 a 2, perdemos nos pênaltis a classificação à final do Paulista de 2015. No Brasileiro, o mesmo adversário nos impôs 0 a 2 em lotada Arena Corinthians.

Se tratamos dos tiros da pinta de cal, convém marcar a negativa surpresa. Foram dois desperdiçados, em Itaquera, contra a Ponte Preta.

Hoje, constituímos igual oportunidade no pênalti sofrido por Giovanni Augusto. Mais uma vez, no entanto, assistimos à cobrança assustada, boba e previsível: o chute fofo à meia altura, ideal para fazer heróis entre os guarda-metas adversários.

Em geral, erros dessa natureza inflamam o time beneficiado. E, dito e feito, em lance na sequência foi a equipe palestrina vencer a cidadela de Cassio, em lance de validade discutível segundo os entendidos do apito.

Cabe notar, em mais esta derrota para o arquirrival, que faltou a necessária compactação ao meio de campo, onde flutuava artisticamente, no ano passado, o triângulo composto por Elias, Jadson e Renato Augusto; por vezes, um losango, cujo vértice de frente exibia um Love ou Luciano.

Tite certamente saberá aprimorar esta formação. Porém, necessitará de muito empenho e boa prosa. Bruno Henrique precisa daquela cabeça erguida do formidável Ralf. De Guilherme, exige-se que se ofereça ao embate, que produza a sinergia necessária ao pensamento coletivo do jogo.

No caso de André, o trabalho se apresenta como mais árduo. Falta-lhe energia e explosão para o lance final, do que não parece carecer o adversário Dudu.

Quase sempre emparedado pela zaga adversária, nosso homem de frente parte vagaroso para as bolas cavadas de diagonal encomendadas pelo treinador a seus meias.

No caso de Lucca, o que lhe falta é a visualização do ponto futuro. É jogar o “xadrez”, intuindo o que vira depois da interação com os parceiros de ataque. E, sim, botar sangue “nozóio” para decidir a partida quando a chance lhe é oferecida.

Não há desespero e o time do afável gaúcho Tite tem créditos, ainda mais se considerarmos a liquidação R$ 1,99 de atletas ao fim do certame nacional.

Mas há decepção, sim. Os magnatas atletas precisam ouvir mais sobre Neco, Teleco, Idário e Wladimir, e saber com que garra e seriedade enfrentavam o Palmeiras.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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