Mais um pouquinho da história do nosso Coringão e seus jogadores (:

Wladimir chegou no Corinthians em 1970, nas categorias inferiores. Dois anos depois ele faria sua estréia no time profissional, aos 18 anos. Promovido pelo técnico Duque, teve sua oportunidade no dia 1 de junho de 1972, contra o Besiktas, em Istambul, na Turquia, em uma excursão que o Corinthians fez pela Europa. Neste dia o time de Parque São Jorge venceu por 3x0.
Desde muito novinho, um moleque ainda, já se destacava pela forma de jogar e diziam que ele surpreenderia na lateral esquerda e assim foi. Com apenas 20 anos, tomou conta da posição e se tornou titular absoluto.

Com toda sua humildade, Wladimir ganhou um amigo no Clube, nada mais, nada menos, que o meia Rivellino. O ídolo do Timão e da Seleção Brasileira brasileira passou a ajudar nosso lateral esquerdo, que anos depois também se consolidaria como um dos maiores craques da história do Corinthians. Antes dos treinamentos, o Rei do Parque, passava com seu carro no Alto de Pinheiros para dar uma carona para Wladimir, ajudando o lateral na difícil rotina de ir de ônibus para o Clube e para a escola. Grande Rivellino!

Wladimir conta que Rivellino morava na Zona Sul e desviava um pouco o caminho para lhe pegar ali próximo à Praça Panamericana. Conta que durante o caminho, aprendia muito com as dicas que recebia do nosso Reizinho. Depois foi se firmando como titular e conseguiu comprar um Fusquinha.

Wladimir teve muitos momentos especiais e de alegria vestindo a camisa do Corinthians, e um que ele diz jamais esquecer, foi o dia 5 de Dezembro de 1976, quando a Fiel Torcida Corintiana invadiu o Maracanã, quando enfrentamos o Fluminense pela semifinal do Campeonato Brasileiro. Ele conta que esse jogo foi o maior da sua carreira. No dia 13 de Outubro de 1977, uma Quinta-feira à noite no Morumbi (138 mil pessoas) para acompanhar Corinthians x Ponte Preta. Neste dia o Corinthians entrou em campo com a seguinte formação; Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano; Vaguinho, Geraldão e Romeu.

A ansiedade tomava conta de todos, faltava dez minutos para terminar a partida, quando uma falta na ponta direita deu uma nova Esperança para Fiel. Zé Maria cruzou na área, Wladimir raspou a cabeça e a bola sobrou para Vaguinho, que, de canhota, mandou uma bomba no travessão. No rebote, Wladimir cabeceou mais uma vez, no corpo de Oscar, que impediu o gol. No segundo rebote chega Basílio chutando de uma maneira que parecia haver milhões de pés corinthianos chutando com ele ao mesmo tempo e a bola estufou as redes do goleiro Carlos, que nada pode fazer.

Foi só o juiz terminar o jogo para que os torcedores invadissem o campo, enquanto milhões faziam festa por todo o país. Com esse título, o Corinthians acabou com o jejum de títulos (Título Paulista), que durava desde 1954.

Wladimir foi Campeão Paulista de 1979 e Bicampeão Estadual em 1982 e 1983. E foi justamente nesta época vitoriosa que ele se mostrou também ser um líder. Ele foi um dos idealizadores da “Democracia Corintiana”, movimento criado pelos atletas corintianos durante os anos de 1982 e 1983 e tinha como um de seus principais líderes o meia Sócrates.

Ele vestiu nosso manto 806 vezes, é o jogador que mais vezes jogou com a camisa do CORINTHIANS. Ele sempre diz que isto é um grande orgulho, pois foram muitas partidas que entrou em campo com tornozelo machucado, com febre e outros tipos de problemas. Mas, nunca deixava nada o impedir de entrar em campo e defender o nosso Coringão!

O lateral tem o maior número de jogos disputados pelo Corinthians em todos os tempos. Penso que JAMAIS alguém alcançará essa marca. Obrigada por tudo, Wladimir! Você merece todas as honras e homenagens possíveis.

Wladimir Rodrigues dos Santos

No Corinthians: 14 anos

(de 1972 à 1985 e em 1987)
Jogos: 806
Gols: 32
Títulos: 4 Campeonatos Paulistas (1977,1979,1982 e 1983)

Vai, Corinthians! (: