O corintiano já percebeu o quanto Paulinho faz falta. A torcida protestou após a derrota do último domingo, no Pacaembu, diante do Goiás. A equipe sente falta da presença ofensiva do volante, capaz de aparecer como homem surpresa na área. Fazia uma dupla azeitada com Ralf.

Atualmente no Tottenham Hotspur, da Inglaterra, e morando em Londres, Paulinho acompanha a raiva da Fiel. E pede calma. Acredita que as coisas vão melhorar.

'Acompanho todos os jogos do Corinthians. Mantenho contato com os jogadores. É normal que aconteça uma queda neste momento. Com o tempo, a fase ruim vai passar, tenho certeza disso', disse, em entrevista ao DIÁRIO.

Um dos principais problemas enfrentados por Tite foi não ter encontrado um substituto à altura. Guilherme era o nome preparado para isso. Embora eficiente na marcação, não tem a mesma capacidade para causar impacto no ataque. Para piorar, se lesionou.

Edenílson é mais eficiente como lateral. Ibson ainda não embalou. Foi citado nominalmente pelo técnico, após o confronto contra o Goiás, como um dos que têm muito mais a oferecer para o Timão.'Conquistar títulos é sempre o objetivo, mas manter o nível é mais difícil ainda. Os adversários estão vindo mais preparados para enfrentar o Corinthians. O apoio da torcida é fundamental, porque o grupo, o treinador e a diretoria são capazes e já provaram isso', completou Paulinho.

Mudanças/ Ele também precisa se adaptar a uma nova liga, a um país diferente e a outros companheiros. Está sendo bem mais fácil do que ver os jogos do ex-clube. 'A minha adaptação tem sido boa. A estrutura do clube e o estilo de jogo ajudam muito nisso', opinou o volante da equipe que ganhou três partidas e perdeu uma nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Inglês.

Quando a Fiel gritou 'ah, que saudade', no Pacaembu, completou pedindo vontade para os jogadores. Mas poderia ser, também, uma lamentação pela ausência de Paulinho. Substituí-lo tem sido uma tarefa mais difícil do que Tite esperava.

Os possíveis substitutos

Veja quem o Timão tem no elenco para a vaga

Guilherme
O preferido de Tite
É, na teoria, o dono da vaga que era de Paulinho. Foi contratado no ano passado já com esse pensamento. Por isso, inclusive, foi preservado, no começo, para ser preparado para substituir o ex-camisa 8. Chuta melhor do que o antecessor, mas não faz tantos gols.

Edenílson
Vai bem, mas vai mal
Talvez seja até mais habilidoso do que Paulinho. Tem uma facilidade incrível para driblar e abrir espaços, mas o toque final, seja um passe ou uma finalização, está muito abaixo. Alterna bons e maus jogos, com uma irregularidade que não era a marca do ex-companheiro.

IBSON
Se ainda fosse aquele...
Quando surgiu, no Flamengo, tinha características muito parecidas com as de Paulinho (tirando o cabeceio, algo que Guilherme e Edenílson também não têm). Mas, no Corinthians, está longe de ser o velho Ibson. Tem errado passes demais e finalizado mal.

Por que ele faz tanta falta?

Volante jogava e fazia o time inteiro jogar

Gols marcados em momentos decisivos
Paulinho era o homem de confiança de Tite para fazer gols em momentos importantes. Foi um fator preponderante desde o ano passado, na campanha que acabou com o título mundial, no Japão. Anotou gol até na última partida pelo Timão, em maio.

Posicionamento com o companheiro Ralf
Ele já tinha entrosamento perfeito com Ralf e os dois se conheciam de olhos fechados. Tite acreditava totalmente na capacidade do volante de se posicionar da melhor maneira em campo, tanto na defesa quanto no ataque. Tinha liberdade em campo e retribuía com regularidade que só era igualada pelo seu colega da cabeça de área.

Impulsão e bola aérea acima da média
A Impulsão e o senso de posicionamento de Paulinho dentro da área chamam a atenção. Essas são outras características do volante que, até agora, o treinador não conseguiu preencher.

Qualidade no passe pelo meio de campo
É uma das virtudes mais valorizadas no futebol de Paulinho, mesmo que, às vezes, ofuscada pelos gols. É um volante preciso nos passes.

Preocupação que causava nos rivais
Além de se preocupar com Emerson, Guerrero ou Alexandre Pato, o sistema de marcação adversário tinha de vigiar Paulinho

Fonte: Diário de São Paulo