A situação atual financeira do Corinthians está cada dia mais complicada. Após sete anos e meio desde a renuncia do ex-presidente Alberto Dualib e a entrada de Andrés Sanchez no clube, a dívida alvinegra dobrou.

Na época, em outubro de 2007, o Corinthians devia cerca de R$ 153 milhões (valor corrigido pela inflação). No final de 2014, segundo o balanço do clube, a dívida subiu para R$ 313,5 milhões. A informação foi confirmada pelo diretor de finanças, Emerson Piovezan, que também fazia parte da administração do clube na época.

“Acho que a situação é pior (comparado a 2007) porque naquela época você tinha dinheiro em caixa e tinha todos os recebíveis de venda de jogador e de receitas de televisão. Você tinha encargos, mas tinha caixa. Agora a situação está um pouco mais difícil", explicou, em entrevista ao UOL Esporte.

O crescimento da dívida está diretamente relacionado ao não pagamento de impostos no período do mandato de Andrés Sanchez. O valor representa metade da dívida, quase. Antes, em 2007, era equivalente a R$ 60 milhões.

Além da dívida com impostos, o custo com despesas aumentou consideravelmente no período. O futebol consumiu 92% da renda do clube no ano passado. Em 2007, eram 85%.

“O que temos que fazer é equilibrar a situação de recebíveis do clube com as despesas. Quero fazer isso até o final do ano. Acho que só teremos um alívio em 2017. Pelo menos até o primeiro trimestre de 2016 será muito difícil", alertou Piovezan.

A ressalva, porém, fica no patrimônio - em 2015 o Corinthians tem um plantel de grandes nomes e a Arena, com valor estimado em R$1,1 bilhão. Em 2007, a equipe contava com jovens da base, como Lulinha e Dentinho e jogadores menos expressivos, como Ratinho, Clodoaldo, Moradei e Arce.