Bruno Ferreira
Mano olha o tamanho da marca Corinthians e veja o balcão de negócios que foi montado lá, é o que acontece, há o futebol tem tantas histórias, mas enfim as vezes o NETO tem razão!
em Análise dos jogos > Qual é o VERDADEIRO problema do Corinthians?
Em resposta ao tópico:
Hoje parei para pensar sobre o que me consumia há muito tempo: afinal, onde foi que as coisas começaram a dar errado para o Corinthians em 2020?
Na verdade, pensar a partir de 2020 é errado. Em 2017, no nosso último título Brasileiro, era compreensível e aceitável o nível conservador das atuações do Corinthians. Afinal, os adversários tinham dificuldades para furar a nossa defesa e poucos tinham repertório e estratégia para propor o jogo.
O problema é que o futebol brasileiro (e mundial) mudou RADICALMENTE de 2017 para 2020. A palavra de ordem hoje, tanto para defender quanto para atacar, é INTENSIDADE. Hoje, jogar com intensidade, com velocidade nas transições, marcar pressão, não são mais OPÇÕES para um time que queira ser bem sucedido. Basta ver que TODOS os times da Série A buscam um jogo assim. Dos mais tradicionais aos menores.
Isso acontece porque equipes bem treinadas nessas transições e com jogadores mais participativos e agudos conseguem furar facilmente defesas recuadas, que costumam ser mais lentas e pesadas e menos agressivas e ágeis.
A característica do nosso plantel, infelizmente é de jogadores LENTOS e SEM INTENSIDADE. Nosso principal meia (Luan), nosso principal zagueiro (Gil), nosso melhor volante (Cantillo) e nosso melhor camisa 9 (Jô) são TODOS assim. Aliás, NENHUMA equipe de elite do futebol brasileiro hoje tem um centro-avante com a característica do Jô. Thiago Galhardo, Luciano, Marinho, Luiz Adriano, Marrony são os jogadores mais adiantados de alguns dos melhores times do campeonato e, em comum, eles saem muito da área para ajudar na construção das jogadas e abrir espaço para os jogadores que chegam de trás.
Em campo, ficava nítida a insegurança dos nossos jogadores de meio para frente para ARRISCAR, porque as nossas transições ofensivas e defensivas eram SEMPRE mais lentas e que a dos adversários. Com isso, a falta de movimentação é crônica e o time fica previsível. Nossos jogadores do meio para a frente têm MEDO de arriscar uma jogada no ataque, perder a bola, e não conseguir recompor a tempo. Para completar, somos reféns de uma zaga MUITO LENTA, que não consegue pressionar no campo de ataque, o que reforça ainda mais a sensação de que qualquer bola perdida por ali vai gerar um contra-ataque mortal ao adversário.
Não acredito em panela derrubando o técnico, até porque alguns problemas táticos se repetem com TODOS os treinadores que passaram pelo time desde 2017. Não acredito também em falta de vontade dos atletas ou em DECADÊNCIA destes. O futebol foi que mudou. E me preocupa muito que esse tema não esteja em pauta, porque trocar jogadores por outros sem intensidade (e que costumam ser mais 'cascudos', perfil mais queridinho da torcida) não vai adiantar de nada.
É bem provável que o Coelho assuma agora e tente fazer a equipe jogar (ainda) mais recuada, de forma mais 'conservadora'. Será a confirmação de que hoje, ao contrário de 2017, montar uma boa defesa recuada não conseguirá afastar o adversário do gol por muito tempo. E que a única forma para nos defendermos melhor e atacarmos melhor é mudar o perfil de alguns jogadores, optando por atletas mais velozes na zaga, no meio campo e, PRINCIPALMENTE, no ataque.