Meu Timão

Leia a carta-bomba que Romeu Tuma Jr, ex-secretário nacional de Justiça, escreveu sobre o time (em que foi Vice-presidente de Futebol 1994/1995). Hoje Tuma Jr. Ocupa lugar de conselheiro vitalício. Confira:

Na mitologia grega Midas era o Rei da Frígia e aquele que tinha o dom de transformar em ouro tudo aquilo que tocava.

No mundo dos negócios, quando se quer elogiar um empresário, diz-se que é um Midas.

O Corinthians teve a infelicidade de conhecer a antítese do Rei Midas: o “Rei Sadim”.

Seu nome: Luís Paulo Rosenberg, aquele que teve a “capacidade” em sua carreira de transformar em fracasso todos os negócios nos quais se envolveu. Mesmo as empresas e projetos que antes dele eram promissores.

Muito antes de aportar no Corinthians ele já apresentava um currículo vitae respeitável e que o tornou conhecido como um grande quebrador de empresas.

Com tipologia física que lembra muito o terrível Dr. Silvana, famoso vilão das historinhas em quadrinho do Capitão Marvel, conhecida criação do roteirista americano Bill Parker e concorrente direto do Super-Homem, aquele que criava em seus laboratórios engrenagens que “vendia” como armas infalíveis para derrotar o Capitão Marvel, mas que sempre davam erradas e terminavam em desastre.

O “Rei SADIM” é assim.

Sua lista de fracassos é praticamente interminável. Senão, vejamos uma síntese delas:

Desde a “assessoria” que deu ao Plano Cruzado, aquele que levou a inflação brasileira para inacreditáveis 85% (oitenta e cinco por cento) ao MÊS!

Já na SHARP que era uma fábrica de eletrodomésticos com grande sucesso no mercado, batendo até mesmo suas concorrentes estrangeiras, inclusive as japonesas, uma empresa líder de mercado e sonho de consumo.

Porém, foi só o “Rei Sadim” conseguir um emprego no seu departamento financeiro, indicado para o dono da empresa, por José Sarney, o Presidente do Plano Cruzado, para a SHARP ir à falência. E seu proprietário, o respeitável e saudoso empresário Matias Machline, quebrar.

O mesmo ocorreria na sequência com o Banco Excel, fundado por Izequiel Nasser, sobrinho dos super-banqueiros da família Safra, considerado recentemente como um dos banqueiros mais ricos do mundo! O Excel crescia e se firmava até que o “Rei Sadim” apareceu por lá.

Aí, infelizmente, entra o Corinthians na história. O Banco, que havia surgido sete anos antes como “grande player” na área de contas de varejo, herdando toda a cadeia de agências do Banco Econômico e que ia bem, obrigado, com apenas um ano de Rosenberg lá… faliu. Coincidência, por certo.

No mercado financeiro não foi diferente.

Aliando-se ao ex-presidente do Banco Central do Governo Collor, Ibrahim Eris, que mal falava português, mais o engenheiro Emir Capez, o “Rei Sadim” montou o fundo Tiger, que aplicava dinheiro dos clientes.

Adivinhem o que aconteceu?

Acessem o Google e encontrarão a reprodução da revista ISTOÉ DINHEIRO, do dia 19/06/2000.

O título da matéria diz tudo: O TIGRE VOLTA PARA A TOCA. Sem falar no subtítulo, arrebatador: “Fundo de Investimento de Eris, Rosenberg e Capez saiu do mercado financeiro pela porta dos fundos”.

Pela “porta dos fundos”, notou?

E para completar, segue trecho do texto, para quem tiver dúvida:

&Ldquo;O Fundo perdeu 300 milhões (dos Clientes, claro), em uma semana!”.

Uau! 300 milhões de reais em uma semana.

Foi a reportagem da revista ISTOÉ DINHEIRO que afirmou, não sou eu quem afirmo.

Acrescente-se, entre outras, na sua “obra” a quebra do Banco Panamericano, quando o “Rei Midas” ao avesso, deveria ter entrado para o Livro dos Recordes, Guinness Book, como o único homem do mundo que conseguiu fazer o empresário Silvio Santos perder dinheiro.

Já merecia música no Fantástico!

Sílvio Santos, por sinal, teve que colocar como garantia da quebra iminente do Banco, sua fortuna estimada em de 10 bilhões de reais.

Por interferência do presidente Lula conseguiu repassar o abacaxi para a Caixa Econômica Federal e assimilar, mesmo assim, um polpudo prejuízo.

Essa “quebra branca” do banco foi tão acintosa que Rosenberg, conselheiro do Panamericano, recebeu uma suspensão de oito anos do Banco Central, que o impede de trabalhar no mercado financeiro por esse período.

Antes, porém, teve tempo de, mais uma vez usando do Corinthians, se atrelar a Medial Saúde, até recentemente um plano com boa atuação no mercado, como palestrante e assessor.

O que aconteceu?

A Medial quebrou.

Agora, me respondam: com este retrospecto podia dar certo no Corinthians?

Note-se que ao assumir a diretoria de marketing no Corinthians, o “Rei Sadim” nunca tinha exercido este cargo antes. Ninguém tinha tido coragem de fazê-lo marqueteiro.

No Corinthians ele misturou tudo. Aliou sua total falta de expertise na área, com uma série de projetos, na verdade financeiros, e nenhum, repito, nenhum deu certo!

Como marqueteiro estreou dizendo que o clube era medíocre. Alias, dizem que é São-paulino! A propósito tem duas cativas no setor de sócios do São Paulo no Estádio do Morumbi, e na Arena Corinthians que ele tanto defendeu como garoto propaganda da parceria com a Odebrecht não me consta que tenha adquirido nenhuma cadeira.

O único, por óbvio, foi uma propaganda pessoal em que dizia ter comandado ações bem sucedidas, quando a realidade era completamente outra. E sempre contra o Corinthians.

Assim foi com a TV Corinthians, onde afirmava “que iria conseguir 10 milhões de assinaturas” e…quebrou. O mesmo com a rede Poderoso Timão, que também quebrou e teve que ser vendida.

Com a mal explicada POÁ TEXTIL, da qual reportagens publicadas à época diziam ter o marketing do clube uma confusa relação, além de dar conta que fabricava uma inacreditável “Camisa Pirata Oficial”, que também se diluiu.

Some-se o fracasso do “Corinthians Truck Car” e “Corinthians Formula 1”.

Na venda do patrocínio da camisa do time de futebol para a MEDIAL, empresa para a qual ele fazia palestras remuneradas, tal qual o ex-presidente Lula para a Odebrecht, a empresa ficou estampada, sem explicação, nos três últimos meses do Contrato, sem nada pagar ao clube.

Mas as palestras continuaram.

No patrocínio da camisa em 2012 para uma estranha empresa chamada “APITO PROMOCIONAL”, o Corinthians teve um prejuízo de 1 milhão de reais, pois o tal “patrocinador” foi retirado do nosso manto sagrado por falta de pagamento.

Um fórum disponível no UOL, à época, insinuou que Rosenberg tinha ligações com os proprietários da empresa, montada às pressas para explorar o patrocínio, meses antes da disputa do título de campeão do mundo em Tóquio. Confiram no Google.

Ah! Mas e a contratação de Ronaldo por ele?

Falso!

A contratação de Ronaldo foi ideia de um empresário de jogadores que a apresentou ao presidente Andrés Sanchez, que a princípio não topou, pois achava que Ronaldo não tinha mais condições de atuar, em função de seu estado físico precário à época, reflexo das seguidas e graves contusões que sofrera na carreira.

Foi preciso que o ex-jogador Vampeta interviesse, a pedido do tal empresário e convencesse Andrés que valia a pena a tentativa.

Andrés, então, ainda ressabiado, condicionou que o contato fosse acompanhado pelo Dr. Joaquim Grava (médico do clube), que se encarregaria de falar com Ronaldo, examiná-lo e principalmente analisasse os exames de sua última cirurgia realizada em Paris, bem como todo histórico clínico de sua recuperação.

Com o aval de Grava, só então, Andrés viajou ao Rio de Janeiro para falar com o jogador.

Diz a lenda que o acerto definitivo teria sido feito no banheiro do restaurante em que se reuniram para discutir a contratação e onde teriam ido fazer um inocente xixi.

Portanto, note-se, zero de participação de Rosenberg no projeto.

Ele só iria se apoderar do mesmo, depois que tudo estava resolvido.

Quem assiste suas “palestras remuneradas”, diz que ele conta uma estória completamente diferente pois pediu a Andrés que fosse o apresentador da notícia à imprensa, quando poderia criar o roteiro que desejasse. E assim foi.

O empresário, Vampeta, Grava e até Andrés não apareceram na foto.

O Dr. Silvana estava impossível!

Mesmo assim, na hora de proteger o clube e de capitalizar para o Corinthians a contratação, o “Rei Sadim” mostrou sua cara e sua incompetência.

Sugeriu ao Ronaldo que ele ficasse com nada menos que 80% (OITENTA) dos valores que conseguisse para o patrocínio.

Ou seja: não precisa ser aluno de um Curso de Marketing da ESPN ou da GV para saber que essa é uma Comissão absurdamente alta, irreal e além de tudo, predatória para a entidade.

A maior prova disso é o que o próprio Ronaldo, acostumado a negociar contratos de patrocínio com as maiores empresas do mundo, disse a Vampeta na ocasião:

&Ldquo;Que loucura, cara, eu teria aceito 40%”.

Mas o “REI SADIM” é assim!

Quem não se lembra, quando chamou o time do Tite jocosamente de medíocre em uma palestra? Se referia aquele time Campeão de tudo que disputou!

Já bastaria, mas não dá para encerrar, sem lembrar de seu último feito, quando ajudou a quebrar de vez a Associação Portuguesa de Desportos, para onde foi “desinteressadamente” dar sua assessoria de Marketing.

E, naturalmente, o seu maior feito, que lacrou sua passagem pelo Corinthians:

A “Engenharia Financeira” do Itaquerão, na qual ele foi responsável, inclusive, pela compra de materiais para obra junto a fornecedores.

Um negócio da China, que quebrou o clube, colocou o Parque São Jorge em penhora e nos legou uma dívida de 1 Bilhão e Duzentos Milhões de Reais a valores presentes, 1 Bilhão e 600 milhões com os juros, ao que parece, pois nesse buraco ainda não conseguimos enxergar o fundo. Sem esquecer que ele jurou aos Conselheiros junto com Andrés, que tudo custaria 350 milhões e sem o Corinthians gastar nem um tostão.

E isso por enquanto, porque essa “Engenharia Financeira”, investigada pela Operação Lava Jato, é uma caixinha de surpresas, por sinal, péssimas para o Corinthians.

Agora, depois de abandonar o clube se desligando da condição de sócio tenta voltar nebulosamente, ligado ao Roque Citadini mas relançado por Andrés Sanchez, ou seja, aliado a pessoas da oposição e da situação, num balaio de gatos, com a mesma conversa mole numa nuvem de fumaça como se fosse incenso, para manter mais do mesmo.

Aliás, consta em Ata seu discurso acalorado implorando aprovação da parceria com a Odebrecht. Não sabia de nada, inocente…

De fato, tenho que concordar com o título de uma matéria recente que o intitulou como “Um ET no Mundo do Futebol”.

Pela feiura da obra e pelo estrago que um extraterrestre, alienígena do futebol, um Dr. Silvana, pode fazer a um Super-Homem dos clubes como o Corinthians, sou obrigado a dizer simplesmente:

Xô, “Rei Sadim”, Midas ao avesso!

Romeu Tuma Jr.

Romeu Tuma Jr.

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