Você não entendeu. O jogo não vai ser transmitido por causa do Corinthians. Mas, por causa do Fluminense.

Acho que emocionado é a galera que: quando o time ganha de 4, fica todo mundo elogiando, fazendo contas pra ser campeão; quando o time perdeu, fica todo mundo xingando do diretor de futebol até a menina da limpeza.

Quando o time ganha, alguém tem que falar 'calma, vamos devagar' e agora, que o time tem uma sequência muito ruim, alguém também tem que dizer 'calma, vamos ver se dá pra reagir, nem tudo tá perdido'.

Maturidade devia fazer isso com as pessoas. Pra mim, o elenco é imaturo, o técnico é imaturo, a diretoria é imatura, e vocês do fórum conseguem ser piores.

São Jorge é um símbolo apropriadíssimo para o Corinthians. Sei que muitos, por causa de sua religião ou porque não gostam de nada religioso, podem torcer o nariz para esse símbolo, mas tratemos do significado dele, mais do que quem ele é.

São Jorge representa três coisas:

Fidelidade, pois que na tradição católica - romana ou oriental - é tido como um mártir por ter morrido por não negar a sua fé, o que deveria ser um grande exemplo para um corintiano, já que nossa torcida é caracterizada por nunca abandonar o time, o que a New Fiel parece ter esquecido;

Perseverança, pois que em seu desenho é um cavaleiro lutando contra um dragão, o que representa as lutas que qualquer pessoa trava, muitas vezes contra situações gigantescas, desde doença, morte de parentes, crises financeiras, enfim, e, justamente no atual cenário, o dragão tem sido uma ameaça ao clube do Parque São Jorge, sejam dos desfalques, seja da roubalheira, seja da mediocridade no trabalho, mas a torcida é e deve ser grande em sua perseverança, como o foi durante os 23 anos de jejum;

Vitória improvável, pois que mais do que se manter lutando, São Jorge é representado vencendo, o que é mais corintiano do que vencer 'contra tudo e contra todos'? O Corinthians da 'quarta força', o Corinthians do 'faz-me rir', o Corinthians do 'esse ano cai', tem dado provas sempre de que é grande e é vocacionado à grandeza.

Nesse dia de jogo em que somos tratados como azarão, de novo, a torcida corintiana olhe para São Jorge como um símbolo do que é ser corintiano:

TORÇA, C#!

VAI CORINTHIANS!

Tenho pelo menos três explicações para os resultados ruins e só um tem a ver com o elenco:

1. O time foi montado tarde e perdeu sequência de jogos, ou seja, todos os adversários que pegamos tiveram uma sequência maior e, por isso, estão com mais condicionamento e mais entrosamento.

2. Antônio Oliveira aproveitou mal o tempo que tinha, pois insistiu muito num esquema ideal (com Raul e Yuri no ataque), em vez de procurar manter o ritmo do Paulista e treinar o máximo de variações possíveis.

3. Cássio sempre começa mal nos últimos três ou quatro anos. Ele é grande, pesado e já não é um moleque, assim o corpo demora a pegar o condicionamento ideal.

Isso não é pra passar pano. Tem dois erros do técnico nisso aí: mal aproveitamento e insistência com Cássio.

Mas, a gente vê os jogos. O time não tá levando passeio de ninguém (pode ser que leve amanhã). São jogos truncados, no mais do mesmo, e os adversário fizeram três gols em que 80% são culpa do goleiro.

Torço, sinceramente, para que em um mês de jogo pegado o time conquiste o entrosamento e o condicionamento físico necessários para brigar com os adversários. Talvez, quando eles sentirem a temporada - normalmente entre Agosto e Outubro - a gente ainda esteja bem fisicamente e possa ganhar os pontos que perdemos.

Não vamos ser campeões, mas não precisa passar essa vergonha. O time não é tão ruim.

Nenhuma. Ela tem razão em poder zoar a gente desde que defenda o nosso direito de zoar a ela, às mulambadas podres, às sardinhas, aos bambis, à porcada imunda sem mundial.

A questão continua: posso ou não posso fazer piada com os outros? Se sim, ok. Se não, então não faça de mim.

O Corinthians precisa de mais um para a armação já que Rojas (que não servia pra nada) saiu. De preferência alguém que faça o papel de ala para não dependermos tanto do lateral direito fazer essa função, ou para ajudar na trocação.

Também precisamos de segundo volante, Maycon é o único com essas características já que considero Paulinho aposentado.

Um zagueiro seria bom para termos garantias de que o Raul não volta nunca mais e para dar mais tempo de amadurecimento para Caetano e Tchola, mas não acho urgente.

Quanto à lateral esquerda, precisa é deixar o Palácios inteiro, nunca vi um jogador se machucar na estreia e ficar tanto tempo no DM. Bidu ou Hugo, pra mim, servem para compor elenco.

Acho que a lateral direita tem dois bons jogadores brigando por posição, um terceiro pode vir da base - o Mana é direita ou esquerda?

Nas pontas, acho que temos jogador, nenhum 'de ponta', para fazer um trocadilho, mas todos têm pontos positivos.

Para centroavante, acho que temos até quatro para a função (o que é muito considerando nosso histórico recente). Nem Pedro Raul nem Yuri Alberto são descartáveis - seria titulares em pelo menos 15 clubes brasileiros da série A. Arthur Sousa é um bom reserva e acredito que será um bom centroavante, assim como Romero pode suprir essa necessidade.

Atlético provou que é candidato na Libertadores, fez toda sorte cera... E o juiz deixou todas.

No 'Ping pong' com Cássio, da Band, nosso arqueiro foi perguntado qual seria o maior ídolo do Corinthians. É um debate justo perguntar-se quantos e quais jogadores da nossa história merecem tal referência, mas é de longe um desafio inglório perguntar-se qual é o maior. Isso não acontece entre nossos rivais, pois seria muito complicado ser santista e não ter Pelé como o maior ídolo, tampouco ser flamenguista e não pôr o Zico na prateleira. Acontece que nem Rivelino, ou Sócrates, nem Marcelinho ou Cássio alcançam a mesma unanimidade.
Acredito que instituições possuem um carisma que advém de sua história e de seus símbolos. O nome é, ao que me parece, fundamental para compreender a identidade das instituições, pois todos se voltam para ele, cedo ou tarde, na hora de responder ao que estão filiados. Parece bobeira, mas 'Corinthians' não é o nome dado a um lugar, mas a um povo, especificamente o povo da cidade de Corinto. Quando nascido o clube, seu primeiro presidente, Battaglia, revelou profeticamente o que seria o Corinthians: um time do povo. Talvez, não tivesse consciência do significado do que dizia, mas disse. Ao adotar o mosqueteiro, ou São Jorge, ao ter uma torcida organizada cujo nome está em plural ('gaviões', não 'gavião'), o clube assumiu seu caráter popular.
Na memória do torcedor, seguramente, estará entre os momentos mais importantes do time, não o título de 77, nem que marcou o gol da taça, mas a invasão de 76 e o próprio jejum. Seguramente, Guerrero não goza da mesma admiração que outros jogadores marcantes, mas emociona a invasão de 2012 sobre o Japão. Não nos chamamos de 'soberano', nem 'academia', ou 'time' disso ou daquilo, identificamo-nos como um Timão, como um bando.
Cássio, ao responder a pergunta do tal ping pong, disse que o maior ídolo do Corinthians é sua torcida. Acho que disso ninguém tem dúvida.

Sem Romero titular...

Carille saiu em 2018 por 'dois caminhões de dinheiro' e foi muiito mal em 2019.

É um bom técnico, mas futebol é um mundo pesado: o Corinthians é grande demais para ele. Vai dar bom no Santos porque é um ano em que não tem expectativa nenhuma, depois do Paulista nem Copa do Brasil os caras vão jogar, é só a Série B.

Para o Corinthians, é pouco. Acho até nosso Antônio Oliveira pouco, mas entendo o contexto e a aposta tem dado certo. Era para técnicos de expressão do futebol sul-americano ver o Corinthians como sua maior oportunidade de carreira, não irem para a Arábia ganhar caminhões de dinheiro.