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Falta profissionalismo
Roberto: o amigão do Palestra
Opinião de Walter Falceta
Vamos exercitar a memória? O Corinthians venceu o Palmeiras pela última vez em fevereiro de 2015, justamente durante a transição presidencial.
Cabe atribuir, portanto, aquele triunfo à gestão de Mario Gobbi, que tanto lutou pela presença da torcida alvinegra na casa do adversário.
Naquela época, o Timão não perdia para o rival desde agosto de 2011. Na capital paulista, o tabu se prolongava desde 2008. Os números exibiam nossa espetacular superioridade.
A Fiel já se preparava, pois, para festejar a supremacia do Corinthians no histórico do clássico. Faltava pouco, muito pouco.
Então, assume de fato o cartola Andrade. Em casa, no Paulista, uma desclassificação nos pênaltis, depois de 2 a 2 no tempo regulamentar.
Em seguida, no Brasileiro, uma derrota, também em casa, por 0 a 2. Depois, um empate em 3 a 3, suado, no estádio verde.
Depois, três jogos em que sequer balançamos as redes palestrinas: dois resultados de 0 a 1, por Paulistão e Brasileiro.
Neste sábado de Setembro, quase Primavera, mais uma derrota em casa, desta vez por 0 a 2, em partida na qual o alvinegro mostrou toda sua vulnerabilidade e desorganização.
Sob efetiva gestão de Andrade, o Corinthians não venceu o Palmeiras e fez dele, aliás, seu maior algoz em Itaquera.
Não, não se trata de coincidência, mas de projeto de gestão. Enquanto o rival da Zona Oeste se reforça, o Timão de Andrade vive em desmanche permanente.
Em nenhum clube da Série A os tubarões intermediários são tão mimados e adulados. No balcão de negócios do Parque São Jorge, tudo podem e tudo fazem, sob o olhar complacente do "amigão do Palestra".
Com sua fiel torcida, a tradição de sua camisa e inúmeras fontes de recursos, o Corinthians teria obrigação de manter um elenco mínimo competitivo e de impor-se diante do arquirrival.
Assim não se estabelece porque falta profissionalismo a suas lideranças e porque o empenho na geração de lucro alheio tornou-se mais importante que a busca da satisfação do torcedor.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.