Nessa semana os dirigentes do principais clubes de futebol do país foram ao Palácio do Planalto para conversar com a presidenta Dilma Rousseff. Ao todo são quase 4 bilhões de reais que os times devem, em sua maioria, para o governo e para evitar que a situação continue assim, está em proposta a Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte, além do refinanciamento das dívidas.
A ideia é dividir a dívida para ser paga em 300 parcelas (25 anos) e caso algum clube não cumpra com o combinado, o time seria rebaixado de divisão e o presidente do clube responderia na justiça como pessoa física.
A situação de alguns clubes é tão grave, que nessa semana o presidente do Botafogo disse que poderia abandonar o Campeonato Brasileiro. Além dos 700 milhões de dívida, as contas do clube estão bloqueadas pela justiça comum, os jogadores não recebem salários a 3 meses e direitos de imagem a 6 meses.
E o Corinthians?
No Corinthians a situação parece menos pior. O Timão deve cerca de R$190 milhões mas faturou R$316 milhões no último ano, ou seja, o clube deve aproximadamente 60% do faturamento anual, o que indica ser mais fácil de pagar do que, por exemplo, o Flamengo. O Flamengo deve R$757 milhões e fatura R$272 milhões, a dívida do clube carioca é de 280% do faturamento anual. A do Botafogo é de 450%, ou seja, se o clube não gastasse nenhum real e usar todo o dinheiro arrecadado para pagar as dívidas, precisaria de 4 anos e meio pra sair do vermelho, isso se não houvesse juros.
Além do endividamento ao governo, o Timão também tem um estádio a pagar. Em compensação o clube tem alavancado as receitas de bilheteria e também deve começar a faturar de novas maneiras a sua nova casa, como shows, direitos de imagem, visitas à Arena e eventos especiais como apresentação de jogadores.
Um bom exemplo disso é o Barcelona, que permite visitas diárias ao Camp Nou e ainda paga comissão as agências de viagens que levam turistas a visitar o estádio do clube catalão. Um turista que deseja visitar o Camp Nou tem que desembolsar 23 euros (cerca de 69 reais) para entrar no estádio e ter direito a subir nas arquibancadas, ver a sala de troféus, etc. Além disso, quem vai pra lá dá de cara com a loja do clube onde os visitantes acabam gastando um pouco mais.