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Em foto antiga, deputado Camarinha (ao centro), autor da CPI contra a FPF aparece ao lado de Sanchez

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Fechando o cerco

Autor da CPI da Federação Paulista solta o verbo: 'Tiraram o futebol do povo'

Por Meu Timão

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O futebol paulista pode passar por boas mudanças em breve. No último dia 4, o deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB) protocolou uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades na gestão da FPF (Federação Paulista de Futebol). Com 40 assinaturas, a petição foi aprovada e, agora, uma comissão será montada para iniciar a investigação.

Uma das reivindicações feitas por Camarinha é o fim do horário das 22 horas. "O jovem, o adolescente, o casal, a mulher, não podem mais assistir ao futebol, porque o jogo termina meia-noite. Nesse horário não tem ônibus e quem mora no bairro ou na vila sente uma insegurança tremenda", afirmou o parlamentar.

A exemplo do que já ocorre na CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o novo presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, foi acusado de lobby, a fim de evitar a abertura da investigação. "Nunca vi um lobby tão forte como na Federação Paulista de Futebol. Só para se ter uma ideia: o Neymar foi vendido por 300 milhões, mas o Santos deve 440 milhões", critica Camarinha.

"O Corinthians está quebrado e o São Paulo está com dificuldades, mas os dirigentes de futebol, os empresários de futebol estão cada dia mais ricos. Hoje li nos jornais que cada presidente de federação recebe 50 mil da CBF. Até a água que entra na CBF tem propina", disparou o deputado.

No dia 29 de maio, o Senado Federal aprovou a abertura de uma CPI para apurar pagamentos ilícitos de propinas e desvios de dinheiro na CBF e no Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014. Romário, ex-jogador de futebol, foi quem protocolou a comissão.

Dias antes, a polícia da Suíça prendeu nove dirigentes da FIFA sob acusação de corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. José Maria Marin, ex-presidente da CBF, estava entre os detidos.

Confira alguns trechos do discurso do deputado Abelardo Camarinha

Sr. Presidente, protocolei hoje, com maciço apoio dos senhores deputados, uma CPI para apurar eventuais irregularidades na Federação Paulista de Futebol. Nunca vi um lobby tão forte como na Federação Paulista de Futebol. Só para se ter uma ideia: o Neymar foi vendido por 300 milhões, mas o Santos deve 440 milhões. O Corinthians está quebrado e o São Paulo está com dificuldades, mas os dirigentes de futebol, os empresários de futebol estão cada dia mais ricos. Hoje li nos jornais que cada presidente de federação recebe 50 mil da CBF. Até a água que entra na CBF tem propina. Então, protocolamos hoje aqui uma CPI que teve grande apoio da Federação Paulista de Futebol. Se não há nada a temer nem a esconder, não é preciso essa pressão para que não haja CPI. A CPI já foi protocolada. Existem 17 CPIs na frente. Vamos lutar para que a ordem seja alterada.

Lembro aqui também que criaram o horário das 22 horas. O jovem, o adolescente, o casal, a mulher, não podem mais assistir ao futebol, porque o jogo termina meia-noite. Nesse horário não tem ônibus e quem mora no bairro ou na vila sente uma insegurança tremenda. E o preço dos ingressos está muito caro. Tiraram o esporte popular do povo humilde, trabalhador, dos serventes de pedreiro, dos boias-frias. O ingresso está custando 100 reais. A Copa foi assistida pela elite da população brasileira.

Apesar de todas as pressões, foi assinada hoje uma CPI da Federação Paulista de Futebol. Quem não deve não teme. Se o presidente da Federação, Reinaldo, de Taubaté, que eu nem conheço, não deve nada, ele não tem que mandar forças nenhuma para impedir a instalação da CPI. Se ele não deve nada, se não há nada errado, se não há cobranças, propinas, subornos, pressões, extorsões; que venha aqui, preste as declarações e saia maior do que entrou.

Na Fifa, o Blatter saiu pela porta dos fundos, um pó de arroz que veio da Europa e quis dar um chute na bunda dos brasileiros. Agora está sendo acusado de ter recebido 10 milhões de dólares, que equivalem a 30 milhões de reais. Quem vai levar o chute na bunda agora será ele.

Precisamos fazer uma limpeza no futebol, porque não tem mais jogador, não tem revelação, não tem escolinha. As grandes estrelas que foram para a Europa estão voltando. Não temos mais renovação no futebol, porque é só negociata.

Os empresários, os dirigentes, do futebol, a cada dia, ficam mais ricos. Uma casa do Ricardo Teixeira vale 22 milhões de dólares em Miami.

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