O lateral Edson Sitta, revelado na base do Corinthians, esteve presente no elenco campeão brasileiro em 2005, ao lado de grandes estrelas como Tevez, Mascherano e Carlos Alberto. Ainda um garoto na época, o jogador falou sobre a importância de Carlitos naquele time e relembrou um episódio difícil para a equipe, quando o camisa 10 teve que sair em defesa dos jogadores.
Em julho daquele ano, na semana do clássico contra o Palmeiras, o Corinthians vinha de uma derrota por 2 a 1 para o Fortaleza e a diretoria queria deixar os jogadores concentrados durante todo o período de preparação. Tevez interviu e aliviou um pouco a pressão, que poderia acabar jogando contra a equipe no clássico.
"O Tevez bateu o pé e nos defendeu de uma forma positiva. Ele disse que não iríamos. Os bastidores estavam muito tensos. Tudo estava contra nós, porque ninguém do grupo queria concentrar a semana toda. Ficamos com aquela pressão contra o Palmeiras. Mas os caras dentro de campo sabiam que poderiam resolver", relatou o lateral em entrevista para a ESPN, divulgada nesta quinta-feira.
No final de contas, o Timão entrou em campo no estádio do Morumbi e venceu o Palmeiras com tranquilidade pelo placar de 3 a 1. O triunfo diante do rival ajudou a encaminhar aquele que se tornou o quarto título brasileiro da história alvinegra.
"Ele era um cara mais quieto e tranquilo, mas foi um verdadeiro líder e brigou por nós", relembrou o jogador.
Apesar do episódio positivo antes do clássico, Edson também falou sobre os problemas daquele grupo de 2005 e não nega que, com tantas estrelas, as brigas eram inevitáveis.
"O ser humano tem muita vaidade. Todos queriam jogar, porque eram de alto nível, e queriam jogar sempre, porque estavam acostumados a ganhar. Tudo isso faz parte desde que não extrapole com falta de educação ou respeito. Eu aprendi muito os observando", completou.
Vendo o desmoronamento do Corinthians em 2006, após a eliminação para o River Plate na Libertadores, Edson deixou a equipe no ano seguinte, pouco antes do rebaixamento para a Série B. Com destino a Portugal, o ex-lateral alternou passagens entre o país europeu e o Brasil até se aposentar em 2018, se tornando empresário no mundo da bola.