Caíque França, Léo Príncipe, Rafael Castro, Rodrigo Sam e Guilherme Arana; Maycon, Marciel, Matheus Vargas e Marcinho; Yan e Gabriel Vasconcelos. Essa foi a escalação do Corinthians na final da Copinha de 2015.
Neste time, não faltam jogadores conhecidos pela Fiel, alguns com trajetória campeã também na equipe alvinegra principal. Titular em todos os jogos daquela campanha corinthiana na Copinha, Rafael Castro poderia ter feito parte dessa lista. Mas sua trajetória acabou sendo bem diferente do que o previsto, ficando dois anos suspenso por doping até dar a volta por cima com a camisa do modesto Taubaté.
O início e a pausa forçada na carreira profissional
Rafael chegou a treinar com o grupo profissional do Corinthians
Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Pouco após erguer a taça do torneio de base, o defensor foi promovido e emprestado à Chapecoense para ganhar rodagem entre os atletas profissionais. Por lá, teve poucas chances e foi novamente repassado, para Oeste e Ferroviária, em busca de minutos. Quando vestia a camisa de Araraquara, onde passou a ter mais oportunidades, veio o baque.
Rafael testou positivo para um diurético proibido e foi suspenso do futebol por doping. Em meio a algumas tentativas de recurso na Justiça, viriam dois anos sem poder atuar pela frente.
"Com certeza, esse foi o momento mais delicado da minha carreira. Acho que nenhum jogador pensa em passar por um momento assim e não desejo isso a ninguém. Na vida e no futebol, você tem que tomar cuidado em quem você confia, pois quem está ao seu lado nem sempre quer o seu bem e se acontecer algo negativo nem sempre vão te estender as mãos", resume o atleta, em entrevista ao Meu Timão.
"Nunca pensei em desistir. Usei isso em meu favor para pensar no que estava fazendo de errado, usar isso como motivação, me fortalecer, treinar mais forte ainda para quando acabasse a suspensão voltar mais determinado do que fui em minha carreira toda", completou.
Apoio do Corinthians
Quando testou positivo para a substância proibida, Rafael ainda tinha direitos federativos ligados ao Corinthians. Diante dessa situação, o clube prestou todo o suporte durante o processo, apoiando o jogador até mesmo depois do fim do vínculo.
"Só tenho a agradecer por tudo o que o clube fez por mim desde o início quando recebi a notificação até o dia do último julgamento, pois já não tinha vínculo com o Corinthians na reta final do processo e eles continuaram me dando todo apoio e respaldo para buscar o melhor para minha carreira mediante a toda essa situação", ressaltou o zagueiro.
A volta por cima no interior
Zagueiro se reencontrou no Taubaté
Reprodução/Instagram
Depois de cumprir a longa suspensão, sempre de olho no futuro, Rafael enfim pôde viver seu presente no futebol. Já no segundo semestre de 2019, fechou com o Taubaté para disputar a Copa Paulista e rapidamente retomou o bom futebol que chamou atenção na Copinha de 2015.
Titular, fez parte da melhor defesa da Copa Paulista e, na atual temporada, é um dos pilares da equipe que está na segunda colocação da Série A2 e sonha com retorno à elite do Paulistão.
"O Taubaté é um clube que vai ficar marcado para sempre na minha memória, pois foi o clube que me abriu as portas para retornar ao futebol, acreditou no meu potencial. Sabia que eu tinha totais condições de dar a volta por cima e graças a Deus as coisas aconteceram até mais rápido do que eu esperava!", pontuou.
"Em menos de um ano de clube pude marcar gols importantes que quebraram tabus, onde foi também meu primeiro gol pelo profissional. Tive contrato renovado até o final da Série A2 do Paulista, na qual estamos em segundo lugar e caso terminasse assim conquistaríamos o acesso para a elite do futebol paulista, algo que a cidade espera desde 1984", completou.
O bom desempenho com a camisa da equipe do interior já ganhou enorme reconhecimento da torcida. Em votação popular, Rafael Castro foi um dos nomes escolhidos para figurar a seleção dos melhores da década do Taubaté.
Olho nos sonhos e no futuro
Com o trabalho bem feito na volta ao futebol, Rafael volta a sonhar alto, como lá atrás, no início de sua carreira. Agora com 23 anos, o defensor não nega o desejo de voltar ao seu clube formador: o Corinthians.
"Com certeza esse é um dos meus objetivos, uma volta ao clube que me formou, que tive minhas maiores conquistas, que elevou o meu nome no cenário do futebol. Infelizmente saí de lá sem poder fazer minha estreia profissional, mas espero voltar um dia para corresponder e agradecer a esse grandioso clube e essa nação o que sempre esperaram de mim", concluiu.