Nos últimos meses, o Corinthians lançou suas duas novas camisas para a temporada 2021/22. Como parte da campanha, realizada pela Nike, o clube contou a história de torcedores que compartilharam uma ligação com a equipe do Parque São Jorge - compre as camisas aqui .
Um deles foi Sandro Testinha, que nasceu na Zona Leste da capital paulista, no bairro da Vila Matilde. Aos 43 anos, o torcedor mantém uma ONG há dez anos nomeada ONG Social Skate, quando conseguiu fundar um projeto que o representasse de verdade.
"Anteriormente trabalhei em diversas ONGs, mas não achava nenhuma entidade que representasse a minha galera, que representava o meu povo, os mais humildes. E aí eu me lembrei da história do Corinthians que em 1910, a galera tentava jogar nos times de São Paulo, não conseguiam porque não eram bem aceitos. Quatro ou cinco trabalhadores se reuniram na esquina do Bom Retiro, na famosa esquina do Bom Retiro, e fundaram o Corinthians embaixo de uma luz de Lampião", lembrou Testinha em conversa com o Meu Timão.
"A ONG Social Skate é isso. Ela foi criada justamente inspirada na história do Corinthians em pensar que nós precisamos de uma ONG realmente do povo em que realmente esteja dentro da comunidade e não no escritório. E pensamos: é agora que definitivamente terá uma ONG do povo, que é a Social Skate com as cores do Estado de São Paulo porque o Corinthians é um time do Estado de São Paulo, preto, branco e vermelho", explicou.
Filho de pais nordestinos, Testinha falou sobre como o Corinthians transcende qualquer tipo de fronteira e lembrou de momentos vividos ao lado de seu pai, Severino, que também inspirou momentos com seus filhos, Breno e Brenda.
"Me lembro bem quando era pequeno, acho que tinha uns quatro ou cinco anos de idade, que meu pai frequentava alguns bares, em um desses bares eu vi um quadro na parede que era uma casca de ovo gigante quebrada e um garoto saindo de dentro dela já uniformizado de Corinthians dos pés á cabeça, com uma frase embaixo: 'Eu já nasci corinthiano'”, recorda.
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"Eu ficava lendo aquele quadro sempre e um dia perguntei ao meu pai o que tinha naquele quadro, e ele explicou que a criança já nascia corinthiana, em seguida perguntei para ele: 'Pai, eu também sou assim?', e ele: 'Sim, você também nasceu corinthiano'. Desde então, que eu me entendo por gente, tenho essa paixão doentia pelo Corinthians", completou o corinthiano, que dedicou a participação na campanha da Nike, fornecedora de materiais esportivos do Timão, ao pai.
"Durante o caminho para ir fazer as fotos do lançamento, eu fiquei muito emocionado de fazer esse trabalho, eu senti a todo momento uma energia muito forte. Eu tenho certeza que o meu pai, Seu Severino, estava ali acompanhando, aonde quer que ele estiver. O sentimento era de sentir o sorriso dele. Eu senti que ele estava feliz pra caramba. Ele acompanhou toda a trajetória de Corinthians bem antes de mim, acredito que ele pensou me vendo ali, como: 'Caramba, meu filho está usando a nova camisa do Corinthians antes dos jogadores usarem em campo!'. Então dediquei esse momento ao meu pai, o primeiro corintiano da minha casa e que fez nós sermos corinthianos, graças a Deus", conta.
Testinha também recordou um momento dolorido na história do clube alvinegro, quando o Timão foi rebaixado em 2007 para a Série B do Brasileirão. Não somente a dor pelo que rolou dentro de campo, Testinha também teve seu filho Breno internado naquele dia.
"Confesso que pensei que o Corinthians tinha caído de divisão, mas meu filho estava doente e fiquei refletindo quanta coisa tinha acontecido comigo no mesmo dia. Me recordo que às três horas da manhã, tinham três homens em uma esquina do hospital e haviam bebido para afogar as mágoas do Corinthians ter ido para Série B, eles ficavam na esquina da rua do hospital cantando: 'Eu nunca vou te abandonar porque eu te amo! Eu nunca vou te abandonar porque eu te amo!' Foi a primeira vez que eu ouvi esse cântico", relembra o torcedor.
"Em seguida olhei para o meu filho na cama, um bebezinho pequenininho, e falei: 'Eu nunca vou abandonar você porque eu te amo! Eu nunca vou abandonar você e nem o Corinthians!'. Três dias depois meu filho estava bem e saiu do hospital. Um ano depois, nós retornamos para a Série A do Brasileirão. Então o 'Eu nunca vou te abandonar porque eu te amo' interagiu com a minha história, com o momento em que eu estava passando e de alguma forma acredito que toda energia de todos os corinthianos em nunca abandonar o Corinthians, a energia chegou até nós, e fez a gente sair melhor dessa história", completou Testinha.