Antes mesmo da partida entre Corinthians e Boca Juniors começar na Bombonera, em Buenos Aires, outro caso de racismo de argentinos a brasileiros foi registrado. O brasileiro Iury Santana registrou um homem na torcida do Boca Juniors imitando um macaco em direção ao local em que estavam os alvinegros.
O vídeo foi feito por volta das 19h40, no horário local, ainda duas horas antes do embate. Por isso as arquibancadas estavam vazias e foi possível ouvir até um grunhido vindo do lado argentino, tentando imitar o som que faz um macaco. O post no Twitter foi feito por João Vittor, amigo de Iury - veja vídeo acima.
Alguns torcedores corinthianos ainda chamam o homem de "racista" e o xingam durante o registro da imagem. Nenhuma das pessoas ao redor do rapaz que imitava um macaco esboçou qualquer repreensão.
Já houve um caso semelhante há três semanas envolvendo os mesmos dois clubes, quando Leonardo Ponzo também tentou imitar um macaco no setor visitante da Neo Química Arena. Registrado em vídeo, ele foi detido em flagrante pela polícia e ficou retido até o pagamento de fiança para responder a acusação de injúria racial em liberdade.
Diferentemente daquela ocasião, não é possível dizer com clareza pelas imagens quem foi o autor da injúria racial, principalmente pela grande distância que separa o setor visitante da Bombonera das outras partes do estádio.
Foram registrados casos de racismo envolvendo outros clubes brasileiros na Libertadores, como o Red Bull Bragantino, o Flamengo e o Palmeiras. A recorrência fez com que a Conmebol anunciasse uma mudança em seu código disciplinar na semana passada.
No total, quatro alterações foram feitos no artigo 17 do código disciplinar da competição, incluindo punições específicas para indivíduos ou associações que atacarem a dignidade humana por motivos de cor, raça, gênero, orientação sexual, etnia, idioma, crença ou origem.
Caso o ato parta de um jogador, a punição será a suspensão temporária de partidas oficiais. As sanções partem de períodos mínimos de cinco jogos ou dois meses de isolamento dos compromissos em competições da Conmebol. Em outros casos, há prerrogativa de multa de 100 mil dólares (cerca de R$ 500 mil) e sanções maiores no tribunal por recorrência.