O delegado Roberto Sahagoff, da Polícia do Rio Grande do Sul e responsável pela apuração do caso de suposta injúria racial de Rafael Ramos contra Edenilson, afirmou que irá indiciar o jogador do Corinthians pelo crime. O caso ocorreu no último dia 14 de maio, no Beira-Rio, durante o confronto entre os times.
Em entrevista ao SBT Rio Grande do Sul, Sahagoff afirmou que o laudo produzido pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) não é o único elemento para a apuração do caso. O delegado afirma que há indícios suficientes para apontar que Rafael Ramos cometeu o crime.
"O laudo do IGP não nos vincula, não vincula o resultado com a decisão da polícia. Tanto que, nós vamos concluir o inquérito entendendo que houve crime de injúria. Há indícios suficientes da prática de um crime de injúria racial. Com esses elementos indiciários, vamos finalizar o inquérito", disse o delegado.
Vale lembrar que a perícia do IGP é considerada como oficial para o caso. Na última quarta-feira, o laudo divulgado foi inconclusivo . O documento explica que quatro vídeos foram analisados por softwares de qualidade, mas que não foi possível chegar a uma conclusão.
Os documentos serão enviados ao Ministério Público com o pedido de indiciamento. Caberá ao órgão decidir ou não se dará prosseguimento no caso na Justiça. Dentre as possibilidades, o MP pode arquivar o caso por falta de provas.
Rafael Ramos e Corinthians contrataram duas perícias particulares para analisar as imagens . Em ambos os casos, ficou documentado que o atleta não proferiu a palavra "macaco" ao falar com Edenilson.
Edenilson acusou Rafael Ramos de chamá-lo de "macaco" durante uma disputa de bola na lateral do gramado do Beira-Rio, durante o confronto entre Corinthians e Internacional, pelo Brasileirão. Após o duelo, o corinthiano chegou a ser preso e liberado após pagar R$ 10 mil de fiança . Ramos se defendeu e detalhou a conversa que teve com o adversário .
A apuração do caso também acontece no STJD. Ambos os atletas prestaram depoimentos no órgão. Rafael Ramos foi o primeiro a falar sobre sua versão dos fatos, novamente negando a injúria racial, enquanto Edenilson manteve a acusação .