Neste domingo, o Corinthians estreou no Campeonato Brasileiro com um empate sem gols contra o Atlético-MG . A partida foi bastante intensa e teve um clima quente na Neo Química Arena. António Oliveira reclamou muito da arbitragem durante os 90 minutos e acabou sendo expulso ao apito final.
“Eu não sou muito disso (de falar da arbitragem), cada um faz seu trabalho da maneira que sabe. Acho que não gostaria de ter essa função (de juiz), acho uma função dificílima. (O juiz) é o único que o mundo inteiro está de olhos nele, portanto é o único que não pode falhar. Percebemos também que tem família e com certeza faz as coisas de forma honesta, não há dúvida nenhuma. Agora, ele não pode querer, na segunda parte, compensar algo que ele fez e fez bem (sobre a expulsão)”, disse o técnico alvinegro sobre a arbitragem na coletiva, após o fim do jogo, na Neo Química Arena.
O Corinthians foi ao intervalo com um homem a mais em campo. Na visão de António Oliveira, a expulsão de Battaglia, volante do Atlético-MG, ainda no primeiro tempo, foi um ponto crucial para que a arbitragem faltasse com critérios na etapa final do jogo. Segundo o português, Yuri Elino , o árbitro da partida, tentou corrigir e balancear o ato da expulsão, apesar de ter a feito com convicção e de maneira correta.
“Parece que na segunda etapa, ele (árbitro) estava tentando compensar uma coisa que tinha errado, mas que acertou e fez muito bem. Repare que não é possível, num jogo de futebol, 60% do tempo a bola estar parada e 40% só de tempo útil de jogo. Nessa perspectiva, há uma situação até gritante: o Yuri está no chão e o árbitro deixa o jogo prosseguir. Nós recuperamos uma bola e o jogador do Atlético-MG, deliberadamente, se joga no chão e ele rapidamente (marca a falta)”, exemplificou o treinador alvinegro.
“Não pode ser, não pode ser porque assim há uma diferença de critérios que causa um caos no campo. Eu acho até que ele foi mal para os dois lados, em alguns momentos, mas não vou bater mais nele. Ele fez o melhor que pôde”, disse.
Sobre a expulsão, ao apito final, António Oliveira não se escondeu e afirmou que “não sente orgulho nenhum” em estar fora do próximo jogo. Porém, o técnico pediu uma avaliação melhor em cima do contexto da partida, apontando que o árbitro não quis dialogar e o advertiu sem ao menos tentar entendê-lo.
“Eu já estou aqui (no Brasil) desde 2020. Quem me conhece, eu sou assim. É evidente que já sou alguém que está marcado por eles (árbitros). Não vou, em nenhum momento, deixar de viver o jogo da minha maneira, de forma apaixonada. Primeiramente, eu não me orgulho disso, não me orgulho de estar suspenso, nem em levar amarelos, nem em levar vermelho. Mas tem quer ver o outro lado da mesma forma”, argumentou António Oliveira.
“Por que ao invés de partirmos logo ao confronto e disparar amarelos, não temos uma conversa primeiramente? O fato de ele dar um cartão amarelo de forma introspectiva vai resolver alguma coisa? Foi por isso que Deus nos deu uma língua e uma boca para falar e poder resolver nossos conflitos e nossos problemas. Não se pode ter medo de ninguém. Se nós formos intelectualmente honestos e realmente rigorosos com todos, não é só o António que vai ser expulso. Concorda comigo ou não? Essa é a questão, mas já disse, não me orgulho nada, mas acho que deve existir diálogo, ainda mais com alguém que já tem mais de 100 jogos aqui no Brasil”, afirmou o técnico do Timão.
Com a advertência, António Oliveira chegou à terceira suspensão no comando do Corinthians, em apenas doze jogos . Ele já tinha levado cartão vermelho no duelo contra o São Bernardo pela Copa do Brasil, e também já tinha ficado fora do confronto diante do Água Santa, no Paulistão, por ter levado três amarelos.
O técnico será desfalque no duelo do Timão contra o Juventude no Alfredo Jaconi. A equipe alvinegra viaja para o Sul na próxima quarta-feira e fará a segunda rodada do Brasileirão contra o time gaúcho, a partir das 20h.