Responder à Justiça vai marcar a reta final do Brasileirão para o atacante do Corinthians, Emerson Sheik.
Na próxima segunda-feira, 21 de novembro, o jogador vai ter de prestar depoimento no Rio de Janeiro sobre a compra de carros importados usados ? considerado crime de contrabando ? apreendidos na Operação Black Ops, realizada pela PolÃcia Federal, Secretaria da Receita Federal e a Procuradoria da República no dia 7 de outubro.
Na última sexta-feira, o LANCENET! revelou que o Sheik terá de comparecer à 1ª Vara Criminal de Barueri, no dia 30 de novembro, para tomar conhecimento da pena a que será submetido, por conta da condenação por falsidade ideológica, em 2007.
Sobre o problema com o carro, ele e Rodrigo Oliveira Bittencourt, o Diguinho, volante do Fluminense, vão se explicar diante do procurador da República Antônio do Passo Cabral, no Rio de Janeiro. Os dois, assim como o pentacampeão brasileiro José Kleberson Pereira, do Atlético Paranaense, já tiveram seus veÃculos apreendidos.
A convocação de Emerson e Diguinho para prestarem esclarecimento na Procuradoria da República do Rio foi feita na semana passada. No mesmo dia é esperado, com a mesma finalidade, o empresário João Barreto Pereira da Costa, sócio majoritário da empresa Rio Orla Associados ? dona dos quiosques localizados na orla do Rio de Janeiro ?, em nome da qual estava um dos carros apreendidos. A convocação de Kleberson ficou para mais tarde.
Segundo as investigações, estes carros vinham na maioria das vezes de Miami (EUA) e chegavam ao Brasil com documentação falsa, atestando que eram zero quilômetros.
Os veÃculos foram adquiridos na, ou por meio da, Euro Imported Cars ? Automóveis e VeÃculos, revendedora da Barra da Tijuca que pertence a Haylton Scafura, filho do bicheiro José Caruzzo Scafura, conhecido como Piruinha. Haylton foi um dos presos na Operação Black Ops. Os veÃculos continuam apreendidos.
Antes de elaborar uma denúncia pelo crime de contrabando, o procurador quer saber se os donos tinham noção que os carros ingressaram ilegalmente no paÃs. O carro de Diguinho, um BMW-X5, foi comprado de Sheik. O jogador do Corinthians teve apreendido um Chevrolet Camaro, mas deu declarações dizendo que tinha se desfeito dele quatro meses antes. Por meio de assessores, o atacante disse que comprou o veÃculo, que novo é avaliado em R$ 200 mil, da revendedora da Barra, mas alegou desconhecer a procedência do veÃculo.
Sheik pode ter sigilo bancário quebrado
No dia 9 de outubro, a procuradora da República do Rio de Janeiro, Cristiane Pereira Duque Estrada, endossou o pedido feito pela Delegacia de Repressão de Crimes Financeiros (Delefin), da Superintendência da PolÃcia Federal do Rio, para que seja quebrado o sigilo fiscal do atacante do Corinthians.
Emerson está sendo investigado no Inquérito Policial 164/2010, por conta de uma remessa de R$ 2 milhões, feita quando estava no exterior, para contas bancárias suas e de familiares. A quebra do sigilo fiscal ? para saber se o valor foi declarado ? será decidida pelo juÃzo da 3 Vara Federal Criminal do Rio.
As remessas que totalizaram os R$ 2 milhões, segundo o LNET! apurou, foram feitas nos anos de 2006 e 2007, quando o jogador estava no Qatar, defendendo o time do Al-Sadd Sports Club, e na França, atuando pelo Stade Rennais Football Club.
Emerson já prestou esclarecimento na PolÃcia Federal e garantiu que as remessas foram todas legais, isto é, declaradas à Receita Federal. Ficou de apresentar documentos, mas jamais retornou lá, nem encaminhou os mesmos por meio dos advogados. Caso não conste destas declarações, o jogador corintiano poderá ser processado criminalmente por sonegação.
Advogado: ?Emerson foi lesado?
Ricardo Cerqueira, advogado de Emerson neste caso da compra do carro importado usado, afirma que o jogador não sabia da procedência ilegal de seu Chevrolet Camaro.
? Emerson é um comprador de boa fé. A concessionária que vendeu o carro é um estabelecimento regularizado, ele pagou o preço de mercado. Ou seja, comprou um carro usado achando que era novo. Nessa história ele é lesado ? disse.
? O procurador quer ouvi-lo, assim como todos os outros que tiveram os carros apreendidos. É um procedimento comum ? completou.
Cerqueira também representa o jogador no inquérito da remessa de R$ 2 milhões que ele movimentou em sua conta entre 2006 e 2007 (leia mais abaixo). Se for comprovada a irregularidade, Sheik poderá ser condenado por sonegação. Uma nova condenação vai obrigá-lo a cumprir a pena, já que ele não será mais réu primário. Em 2007, já foi condenado por falsidade ideológica.
? Ele declarou tudo direitinho. Esse valor que é falado está errado. Não há um valor especÃfico. Foi uma movimentação atÃpica que estão apurando. Isso é praxe quando os valores são altos. Ele já prestou depoimento sobre isso. Jogava no mundo árabe, tinha dinheiro, foi tudo legal ? garantiu o advogado.
Fonte: Lancenet