Kazim revela drama familiar, cita esforço do pai e diz: 'Sou da Fiel agora'
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Por Vinícius Souza
O Corinthians apresentou seu novo reforço, o atacante Colin Kazim-Richards, nesta quinta-feira. Em entrevista coletiva, o jogador inglês naturalizado turco falou da sensação de vestir a camisa do Timão e, mais do que isso, recordou a dura adolescência em Londres, na Inglaterra. Hoje aos 30 anos, o atleta revelou ter amigos presos e que seu destino só mudou por conta do pai.
“Europa não é igual Brasil. Favela é uma coisa diferente. Minha família não tinha direito, meus amigos foram presos. Eu tive sorte por ser jogador. Minha mãe cozinhava para mim e meus irmãos, igual toda a torcida corintiana. Ser chamado de Gringo da Favela é normal para mim. Eu conheço essa realidade”, afirmou Kazim, mesclando o português com inglês.
“Eu jogo futebol há 12 anos, 13 anos. Antes do futebol eu não tinha comida, chuteira, tênis. Eu trabalho forte. Então conheço tudo, quero aqui, quero jogar aqui. Tá bom... Eu não moro na favela. Não sou da favela. Mas entendo tudo, porque eu conheço, eu entendo. Um grande amigo meu está na prisão, um primo meu está na prisão. Meu pai se esforçou muito para eu me tornar jogador, ele não tinha dinheiro para comprar um bilhete de ônibus antes”, acrescentou Colin.
Após passar por diversos clubes no exterior, sobretudo na Turquia, Kazim estava no Coritiba desde o meio de 2016. Por lá, disputou 21 partidas como titular e anotou três gols. Questionado se já havia decorado alguma música da Fiel, o gringo foi direto. “Não. Porque é tudo muito rápido. Dois dias, é rápido. Mas depois quero aprender. Eu gosto de música da torcida. Vai, Corinthians! Gringo da favela... Sou da Fiel agora, porque é assim”, finalizou, sorrindo.