Jô superou sequestro da irmã para viver uma das maiores temporadas da carreira: 'Foi apavorante!'
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Por Rodrigo Vessoni
Engana-se quem pensa que o momento mais complicado para Jô nesta temporada foi a repercussão do gol de braço contra o Vasco. Um drama familiar, no início do mês de abril, colocou sob risco aquela que viria a ser uma das principais temporadas de sua carreira. Trata-se do sequestro de uma de suas irmãs.
A reportagem do Meu Timão obteve essa informação há algum tempo. Mas, devido à gravidade do fato, entendia ser obrigatória uma conversa particular com o próprio jogador sobre o tema. E isso ocorreu no estacionamento da Arena Corinthians na noite de domingo, cerca de três horas após Jô levantar a segunda taça de um Campeonato Brasileiro. Com um dos assessores de imprensa do clube ao lado.
Solícito, Jô explicou alguns detalhes que não puderam ser obtidos com pessoas próximas, companheiros e funcionários do CT. Ninguém jamais negou a história. Mas a mesma invariavelmente vinha acompanhada de frases como "complicado, não tenho detalhes" ou "deve te sido difícil, mas acho melhor falar com ele". O fato é que, desde o ocorrido, o pacto de silêncio no departamento de futebol profissional do Corinthians foi levado à risca para que o centroavante seguisse brilhando.
Era manhã de terça-feira, 11 de abril, por volta das 10h. A poucas horas do último treino antes do embarque da delegação do Corinthians para Porto Alegre, Jô é surpreendido por um telefonema. Do outro lado da linha, a informação do sequestro de uma de suas irmãs. "Fiquei apavorado!", resumiu Jô, irmão mais novo de Elisa e Elaine, sem revelar qual delas passou pelo ocorrido.
Na mesma hora, o camisa 7 entrou em contato com o gerente de futebol do clube, Alessandro Nunes. "Liguei e já falei que não teria condições de treinar", lembrou. O ex-lateral repassou a informação para o técnico Fábio Carille que, por sua vez, deu um jeito de confirmar a ausência contra o Internacional, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. "Jô vem de uma sequência grande de jogos. É melhor perdê-lo uma vez do que por vários dias por causa de lesão", afirmou Carrile, obviamente sem revelar o verdadeiro motivo.
A explicação do treinador na coletiva não causou surpresa nem ao mais atento dos jornalistas. E não era para menos. Jô faria sua 15ª partida consecutiva. Apesar do caráter decisivo de um mata-mata, não seria nada legal para o treinador ficar sem seu principal atacante a quatro dias da primeira semifinal do Paulistão, contra o rival São Paulo, no Morumbi. E assim foi explicada a ausência...
"Foi apenas aquele jogo. Acho que isso foi fundamental para que a história não vazasse. Foi tudo mundo rápido mesmo", lembrou.
E foi mesmo. De acordo com Jô, em poucas horas. "Por volta das 18h, 19h daquele mesmo dia tudo estava resolvido. Graças a Deus", contou Jô, sem querer revelar tantos detalhes sobre a maneira que tudo foi esclarecido. Sabe-se que a Polícia Civil de São Paulo foi acionada e conseguiu resolver a questão.
Campeão paulista e brasileiro, artilheiro de tudo com a camisa do Corinthians e dono de recordes e marcas impressionantes no clube, Jô tem plena noção que nada disso poderia ter acontecido se o caso não tivesse sido resolvido em algumas horas, no mesmo dia.
"Acredito que, se estendesse a situação, eu teria mais dificuldade para administrar. Mas foi rápido, tive cabeça no lugar e ajuda da minha família. Nos juntamos ali em torno de nós mesmo e saímos juntos daquilo", finalizou.
Um drama guardado a sete chaves durante quase seis meses. Mas um drama real vivido por um dos principais jogadores do futebol brasileiro na temporada 2017. Mais um obstáculo na carreira do jogador mais jovem a vestir a camisa do Corinthians em toda a história.