No ano de 2018, o futebol brasileiro teve um faturamento recorde de 7 bilhões de reais, destaque para o Flamengo com uma Receita de R$649 milhões e o Palmeiras que obteve uma receita bruta de R$654 milhões.

O Corinthians por sua vez, vê, ano após ano, sua arrecadação diminuir. Hoje o Corinthians arrecada cerca de R$389 milhões, praticamente empatado com o grêmio e Cruzeiro, e abaixo do São Paulo, algo impensável a pouco tempo atrás.

Pra entendermos isso, esqueça todas as reclamações menores, jogadores emprestados, más contratações, etc, isso acontece com todos os clubes, brasileiros ou europeus. Precisamos analisar os fundamentos.

'Para que haja arrecadação, é preciso vender o produto.'

Qual é o produto que um clube de futebol vende?

MARKETING.

Assim como uma petroleira extrai e refina petróleo, ou uma construtora levanta edifícios, um clube de futebol vende sua marca para ajudar nas vendas de outras empresas, caso a sua marca não consiga ajudar a vender produtos de terceiros, então, seu produto perde valor, as empresas não estarão dispostas a investir mais do que podem arrecadar com possíveis aumentos das vendas causadas pela associação a marca Corinthians.

E é aí que mora o problema: Hoje o produto do Corinthians (sua marca) está desvalorizado. E pior, com concorrentes que vem tomando o mercado (Palmeiras, Flamengo, São Paulo).

Ao ler o fórum, vejo muita reclamação com problemas pequenos operacionais, que tem sua contribuição, mas estamos falando de uma diferença de R$265 milhões a menos em arrecadação em relação ao primeiro colocado, e isso, que o Corinthians passa, desde 2009, a sua melhor fase em relação a títulos e vitórias dentro de campo, ganhamos mais de 30% de todos os campeonatos brasileiros desta década. O que acontecerá então, se estas vitórias pararem de vir? A diferença tende a aumentar.

A solução é óbvia: melhorar a marca, torná-la mais valiosa. Como?

É preciso que no médio/longo prazo o Corinthians mude a visão que o mercado tem atualmente.

Não entrando em mérito político, mas, quando uma empresa estrangeira ou nacional, pretende investir, va-lá, 50 milhões na marca de um clube, esse clube ter um presidente deputado federal por um partido não muito bem quisto pela maioria dos consumidores, e um estádio subsidiado com dinheiro público, feito por empreiteira cujo dono está preso por corrupção, com certeza pesa na hora de fazer o 'TED'.

É preciso urgente (e eu não sei como isso não é encarado como o objetivo maior), mudar a visão do mercado e das pessoas em relação ao Corinthians. Para que o Corinthians consiga 'vender' produtos dos seus patrocinadores. Caso não consiga, já era, outros estão conseguindo e ganhando muito dinheiro com isso.

É possível melhorar a imagem do clube e faze-lo vender mais?

O Flamengo fez isso, até 2012 era considerado um time caloteiro, mal pagador e sem estrutura. Depois de anos de diligência com o dinheiro, afastamento do clube do cenário político do país (contrário do que fez o Corinthians), e melhor tratamento com a marca dos seus patrocinadores, hoje eles conseguiram chegar onde estão.

Um novo Corinthians é possível, mas é preciso parar de brigar por perfumarias e começar a pensar como gestor. Afinal, se fossemos uma padaria, estaríamos brigando, não pra saber com qual forma fazemos o pão, mas sim, se produzimos bons pães para trairmos mais clientes e gerarmos lucros e receitas.

Abraço!