Time vence a quarta partida seguida nos 2 a 0 sobre a Chape. Com Fagner mais envolvido e posse de bola maior, técnico consegue aos poucos colocar seu estilo
São cinco jogos, com uma derrota e quatro vitórias seguidas. Cristóvão Borges está há menos de um mês no comando do Corinthians, mas já tem seus méritos para deixar o time na cola da liderança do Campeonato Brasileiro. Se não é brilhante, o Timão se mostra eficiente. Numa competição por pontos corridos, a regularidade é fundamental.
A ideia de Cristóvão, a médio e longo prazo, é ter um Corinthians com controle maior dos jogos, posse de bola e veia ofensiva. No jogo contra o Flamengo, isso só aconteceu no segundo tempo. Diante da Chape, houve evolução: 56% de posse de bola, 277 passes certos trocados, contra 180 do rival, e 14 finalizações, contra oito da equipe de Chapecó.
A vitória levou o Corinthians aos 28 pontos, mesmo número do Palmeiras, que enfrenta o Santos na próxima terça-feira. O Timão só volta a campo no próximo domingo, contra o São Paulo.
O Corinthians tem demorado a entrar nos jogos porque erra muitos passes – algo que irrita o quase sempre sereno Cristóvão. Contra a Chape, foram 37: 22 deles no primeiro tempo. Com semanas mais livres para treinar, o passe é a principal preocupação do técnico para os próximos jogos do Campeonato Brasileiro. Para errar menos, é preciso maior aproximação. Por isso, as triangulações têm voltado aos poucos para o repertório corintiano. Cristóvão Borges começou sua passagem pelo clube com muita liberdade a Uendel, mas também era preciso envolver Fagner no jogo. Contra a Chapecoense, o lateral-direito chegou mais perto das obrigações que tinha sob o comando de Tite: ele teve 26 passes certos, contra 27 de Uendel. O que mostra o equilíbrio entre as laterais que o novo técnico tem buscado. Com eles, as triangulações sempre foram naturais. Uendel com Marquinhos Gabriel e Giovanni, Fagner com Romero e Rodriguinho. Este, aliás, também teve maior liberdade para atacar e, por vezes, ultrapassar a linha de três meias corintianos. No primeiro tempo, a Chapecoense conseguiu bloquear essas trocas de passes, e o Corinthians, nos primeiros 40 minutos, só teve uma finalização a gol. Cristóvão corrigiu o problema aproximando ainda mais os setores. Correndo mais riscos na defesa, é verdade, mas conseguindo se fazer presente no ataque.
Só vamos ver até quando ele vai mudar o time no segundo tempo em vez de já entrar em campo com o time armado. É nítido que quando o Guilherme entra o time melhora. Porque não entra com o cara já desde o começo? Vai ser sempre assim?
O padrão é jogar nada no primeiro tempo e deslanchar na segunda etapa. Algum analista percebeu isso? O time se poupa nessa estratégia ou realmente entra dormindo? E se o Cássio não tivesse trabalhando bem nos dois últimos jogos na primeita etapa e levassemos gols, o time teria força para reverter?
Como ele mesmo já disse em entrevistas, aos poucos vai implantando a sua filosofia de jogo, mostrando ao grupo como ele quer que a equipe se poste durante os jogos.