Contra o Lara, Corinthians obtém segundo maior lucro percentual de bilheteria da Arena
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Por Rodrigo Vessoni
O jogo contra o Deportivo Lara (VEN) foi histórico para a Arena Corinthians fora de campo. O confronto com os venezuelanos, pela primeira fase da Copa Libertadores, registrou o segundo maior percentual de lucro de bilheteria desde a inauguração do estádio, em maio de 2014.
Na última quarta-feira, houve um desconto de apenas 25% no valor bruto arrecadado com ingressos. Dos R$ 2.095.062,00 desembolsados pelos torcedores, o líquido que entrou nos cofres do fundo que administra o estádio foi de R$ 1.579.144,00. Ou seja, na casa dos 75% de lucro.
Um percentual tão alto assim só havia sido registrado uma única vez e, mesmo assim, com ajuda da Fifa. No primeiro jogo do Corinthians na Arena, contra o Figueirense, no dia 18 de maio de 2014, a operação do estádio foi feita em companhia da Fifa que, devido aos testes para a Copa, se colocou à disposição para ajudar financeiramente. Com isso, o líquido naquela tarde de domingo foi de 79%: R$ 2.379.914,22 da renda bruta de R$ 3.029.801,70.
O percentual de 75% contra os venezuelanos ganha ainda mais importância se comparado ao de arrecadações brutas parecidas de outros jogos. Exemplos: no sexto jogo (contra o Bahia, pela Copa do Brasil, em 2014), a bilheteria foi de R$ 2.096.556,00 com renda líquida de R$ 1.380.606,00 (65,85%). Em fevereiro de 2016, pelo Paulistão, a renda bruta de Corinthians x São Paulo foi de R$ 2.050.496,00 com renda líquida de R$ 1.209.729,00 (58,73%). Em julho de 2016 (contra o Flamengo, pelo Brasileirão), a renda bruta foi de R$ 2.025.123,50, já o que ficou nos cofres do clube foi de R$ 1.272.565,98 (62,83%).
Vale lembrar que o público pagante foi o menor entre os dez jogos do Corinthians no estádio pela Copa Libertadores (31.524). Se o estádio tivesse com sua capacidade máxima ocupada (na casa dos 45 mil), o lucro com a bilheteria teria sido o maior até mesmo em questão.
A ausência da taxa de policiamento, que chegou a ultrapassar a casa dos R$ 100 mil em alguns clássicos, é um dos principais fatores para o aumento do percentual de lucro com a bilheteria - clube obteve liminar na Justiça para deixar de pagar essa taxa ao Governo Estadual. Uma melhor e mais enxuta distribuição de funcionários - orientadores, bilheteiros, porteiros, etc -, também colaborou. A retirada da taxa da Conmebol (10%), tomada há cerca de dois anos, foi outro fator que jogou a favor.
Vale lembrar que há dois tipos de gastos num dia de jogo na Arena Corinthians: os fixos, como seguros, antidoping, ambulância, análise de laboratório, monitoramento por imagem, etc; e os que variam de acordo com o público pagante, como orientadores, emissores de ingressos, taxas (a FPF fica com 5% de qualquer jogo realizado em São Paulo) e impostos.
Manutenção mensal
A Arena Corinthians custa, por mês, cerca de R$ 2,3 milhões. Esse valor está relacionado ao custo de funcionários, limpeza, manutenção predial, energia elétrica e água, além de seguro e outros gastos com empresas terceirizadas. Um valor que, segundo os responsáveis pelo estádio, já foi maior. Em recente entrevista ao Meu Timão, o gerente de operações do estádio, Lúcio Blanco, falou que a diminuição foi na ordem de 40%.