André Yank
Infelizmente a falta de habilidades não permitiu que eu fosse jogador de futebol, mas se essa barreira não tivesse existido e eu fosse hoje um jogador de futebol, eu jamais iria querer enfrentar Ángel Romero. Não por ele ter categoria de sobra com a bola nos pés, longe disso, mas por ele ter Corinthians de sobra.
Quem enfrenta esse tipo de jogador não tem paz em campo, porque ele mesmo faz questão de entrar em campo desprovido de qualquer tipo de paz interior e carregado pela mais genuína loucura que um Corinthiano pode ter.
Com Romero em campo, não tem bola perdida e não tem bola ganha, tem a bola que ele vai disputar até o último segundo, até as últimas consequências.
O narrador pode desistir de um lance, o adversário pode desistir de um lance, mas o Romero é como a Fiel e jamais desiste.
Mesmo nascido longe de Itaquera, Romero nasceu com o espírito que rege o Corinthiano, com a essência mais importante de cada torcedor: a loucura. É nessa loucura que ele se prejudica, é nessa loucura que ele se consagra. E consagrações não faltam em seu curriculum de Corinthiano: bi-campeão brasileiro, bi-campeão paulista, maior estrangeiro a vestir a camisa do Corinthians e maior artilheiro da Arena.
Com a bola no pé, sempre uma surpresa diferente. Por vezes uma furada, por vezes um drible da foca na frente do nosso maior rival. Dos extremos se vive um louco e é assim o futebol de Romero. Um jogador que não dorme na mesma prateleira que Rivellino, Ronaldo ou Tevez, mas que tem o nome guardado no coração de todo Corinthiano e a loucura cravada na história do Corinthians.