Raul Galvez
Estamos vivenciando uma grande 'seca' de títulos na história do Corinthians, o último título foi o Paulistão de 2019, desde então tivemos dois vices, o paulista de 2020 e a Copa do Brasil de 2022. Um período sem títulos assim como esse é semelhante ao de 54 até 77 (que apesar de só estar no nome, ganhamos alguns títulos internacionais e regionais, só que de baixa relevância comparado ao Paulista e o Brasileiro).
Nesse período houve times históricos dos rivais, teve o Santos de Pelé e os meninos da vila após a aposentadoria do Rei, Palmeiras era a academia e batia de frente com o Santos e o São Paulo de Muller, Pedro Rocha e Canhoteiro e outros.
Nossos rivais estavam mais fortes e o Corinthians tinha perdido sua força após a era dourada dos anos 50. Ligando isso a hoje tivemos uma década cheio de títulos (Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores, Mundial, Paulista, Brasileiro 2015 e 2017 e o tri paulista) e vimos nossos rivais estaduais crescerem como o atual São Paulo campeão da Copa do Brasil e o Palmeiras que não é preciso falar nada, apesar do Santos estar em baixa, até os times de fora dos 4 cresceram de produção, equipes como Bragantino, Mirassol, Guarani, Ituano, e outros cresceram no estadual e nacionalmente a situação até piora por tamanho desenvolvimento dos clubes, seja cariocas, mineiros ou do sul, até um Fortaleza, Goiás e um Bahia vem dando dificuldade para o Timão.
Então o Corinthians assim como nos anos 60 e 70 é um time que vê os rivais crescerem nacionalmente e a dificuldade aumenta quando até no próprio estado está tendo seu próprio crescimento.
Seja no período de 'seca' de 54 a 77 tivemos ídolos e bons jogadores como Rivelino, Gilmar, Adô, e entre outros até o herói Basílio, o clube tinha raça e vontade e teve jogadores bons ou que buscavam representar o escudo que tinha no peito, até um excelente treinador (Oswaldo Brandão que teve presente no período até o caneco de 77), venceu torneios internacionais e regionais que não tinha tanta relevância na mídia e bateu na trave algumas vezes, e um certo período revelou promessas que algumas renderam ou não.
Hoje o time não aparenta ter raça ou parece nem ter mínima noção do quanto o escudo estampado no peito pode ter um grande significado pra qualquer torcedor Corinthiano e o tamanho da história dele. Somos vítimas também de um final de gestão irresponsável e incompetente só pensando no benefício próprio (Renovação e Transparência), com o pesar do fato de que é o clube que apesar de ter um grande passado, parece não querer mais nada no futuro, e vive de uma geração de jogadores que estão há tempos no clube ou que retornaram ao time por que tem uma história no passado como Cássio, Fagner, Gil, Fabio Santos, Renato Augusto, Paulinho. Apesar disso, desde o nosso último título aparece de vez em quando bons jogadores que ou acaba não rendendo o esperado ou sofre lesões ou saem rapidamente, treinadores que não conseguiram desenvolver sua filosofia ou foi colocado por ser queridinho de elenco e diretoria ou por escolher outro caminho.
Ano que vem eu estou na espera de pelo menos um Paulistão e a mudança de ares da talvez futura diretoria e de uma consciência e atitude dos jogadores.
Vai Corinthians!
em Bate-Papo da Torcida > A seca de 54 a 77 com o nosso atual momento