Post de Antonio no fórum "Notícias" do Meu Timão

Planejamento: a gente vê por aqui...

Em resposta ao tópico: "Timão desde pequeno: entenda como surgem as novas joias do Corinthians"

GloboEsporte.com apresenta um raio-X das categorias de base do Timão. Com 270 atletas entre nove e 23 anos, clube gasta cerca de 1,2 milhão por mês em formação

Por Marcelo Braga São Paulo

Líder do Brasileirão, o Corinthians busca o hexa em um ano em que ficará marcado também pelo grande aproveitamento de garotos na equipe principal. Nomes como Yago, Rodrigo Sam, Marciel, Guilherme Arana, Matheus Pereira e Malcom são cada vez mais comuns aos torcedores.

A chegada ao profissional, porém, envolve muito investimento financeiro, excelência em captação e, claro, talento. Com quase 300 crianças e jovens entre 9 e 23 anos, e mão de obra qualificada na comissão técnica, o Corinthians gasta mensalmente cerca de R$ 1,2 milhão para manter a fábrica de craques em funcionamento (R$ 14 milhões anuais). Valor que, até 2014, chegava a R$ 20 milhões (R$ 1,6 milhão/mês) – a crise financeira provocou corte de gastos e de pessoal, o que causou a saída de alguns profissionais experientes.

Time sub-11 do Corinthians (Foto: Agência Corinthians)
Time sub-11 do Corinthians (Foto: Agência Corinthians)

Gerente geral da base, Fábio Barrozo recebeu a reportagem do GloboEsporte.com no Parque São Jorge horas antes da eliminação da equipe sub-20 na Copa do Brasil da categoria, após derrota por 1 a 0 para o Coritiba.

Fábio Barrozo Corinthians (Foto: Marcelo Braga)
Fábio Barrozo, gerente geral da base do Corinthians (Foto: Marcelo Braga)

Empolgado com outros resultados obtidos na temporada, como as conquistas da Copa São Paulo, da Taça BH e do Mundial Sub-17, o dirigente exaltou a sintonia entre base e profissional, detalhou o trabalho de lapidação e se mostrou otimista com o futuro.

Em 2016, o clube passará a utilizar o seu CT da base, em terreno anexo ao do profissional. Enquanto isso, o Corinthians procura oferecer maiores salários para atrair talentos pelo Brasil.

– Você pode seduzir um garoto a jogar no seu clube pela estrutura ou pelo salário. Hoje não temos a excelência de Cruzeiro e Atlético-MG, por exemplo, mas nossa parte financeira é muito equilibrada, apesar da crise. Conseguimos trazer os maiores destaques do Brasil – garante.

Os atacantes Claudinho, ex-Santos, e Isaac Prado, ex-Botafogo de Ribeirão Preto, e o volante Warian, o Ameixa, ex-Remo, contratados recentemente, se encaixam no perfil citado por Fábio.

Equipes da base do Timão atuam em linha de quatro defensiva, com variações do 4-4-2,4-2-3-1 e 4-1-4-1. Ordem vem de cima, espelhada no trabalho de Tite

A cartilha do clube aos atletas conta com aspectos comportamentais, como a proibição do uso de boné virado para trás, e também táticos.

Desde o sub-17, por exemplo, é aplicado o conceito de manutenção de posse de bola, jogo de poucos riscos, ataque com quatro a seis jogadores e rápida recuperação da posse.

Além disso, as equipes atuam em linha de quatro defensiva, com variações do 4-4-2,4-2-3-1 e 4-1-4-1. A ordem vem de cima, espelhada no trabalho de Tite.

DOS 9 AOS 13

Existem muitas formas de chegar ao clube. A seleção para a sub-9, em parceria com o futsal, acontece por meio de uma competição interna chamada Copa Corinthians. De início, 66 garotos são escolhidos. Em 2015, foram 33 nascidos em 2006 e 33 nascidos em 2007.

Das crianças, não se cobra muita coisa além de qualidade técnica e bom comportamento. É assim também na sub-11 (nascidos em 2004 e 2005) e sub-13 (2002 e 2003), ambas com 44 garotos cada.

Garoto da equipe sub-11 do Corinthians (Foto: Agência Corinthians)
Garoto da equipe sub-11 em ação no Parque São Jorge: idade de desenvolvimento (Foto: Agência Corinthians)

Por lei, nenhum deles fica alojado. Os treinamentos acontecem no Parque São Jorge e, nas competições, é obrigatório que o técnico alterne escalações e faça duas substituições no intervalo e as restantes permitidas na segunda etapa. O objetivo é dar chance a todo o grupo.

A maior perda é do sub-13 para o sub-15. É quando o negócio fica sério, quando o contrato de formação é assinado. Perdemos 60% dos atletas Fábio Barrozo, gerente da base do Timão

Por meio do site oficial do clube, qualquer responsável pode agendar uma peneira grátis para seu filho. Nei Assoli é responsável pelo agendamento dos testes. O índice de aprovação é maior na sub-15. Isso porque, aos 14 anos, os garotos mais talentosos assinam um contrato de formação com o clube. Quem não convence, acaba dispensado, o que gera uma busca por novos garotos. Trabalho para o departamento de captação, que vai ao mercado.

– A maior perda é do sub-13 para o sub-15. É quando o negócio fica sério, quando o contrato de formação é assinado. Perdemos 60% dos atletas. Dos nove aos 13, acreditamos que o menino está de desenvolvendo. Aos 15, já temos de começar a ter uma definição. Ainda não dá para saber se vai ser profissional, se vai vestir a camisa do Corinthians, mas é o momento de minimizar o erro. Às vezes dispensamos e o garoto vira em outro lugar. É comum – diz Barrozo.

AOS 15

Por lei, a partir dos 14 anos os jogadores já podem ficar alojados. Com contratos de formação, recebem ajuda de custo e iniciam trabalho menos lúdico e mais profissional. No sub-15, então, é que começam a definir suas posições em campo. No Timão, a categoria tem 34 atletas (nascidos em 2000 e 2001). Cobra-se deles objetividade no jogo, poder de decisão e perfil vencedor.

Coreano comanda equipe de inteligência, que conta com cinco analistas. Uma vez identificado um atleta promissor, uma equipe com seis observadores técnicos vai a campo para monitorá-lo

Atrás de novos talentos, o departamento de análise e desempenho garimpa novos nomes durante campeonatos estaduais e torneios nacionais. Como todos os jogos do Corinthians são filmados desde a sub-11, há muito material disponível.

Coreano radicado no Brasil, Junseok Lee comanda a equipe de inteligência, que conta com mais cinco analistas. Uma vez identificado um atleta promissor, uma equipe com seis observadores técnicos vai a campo para monitorá-lo.

– Vamos supor que enfrentemos o Mirassol no sub-11 e aparece um menino muito bom. Não podemos trazer porque não há como alojá-lo, mas fazemos um monitoramento, procuramos o clube dele e acertamos tudo para termos um contrato posterior. Não roubamos ninguém, até porque não queremos que os pequenos morram. Precisamos deles – diz Barrozo.

Corinthians campeão paulista em 2013 (Foto: Agência Corinthians)
Time campeão paulista sub-15 em 2013 (foto) forma a base do time sub-17 nesta temporada (Foto: Agência Corinthians)

O mesmo trabalho é feito com garotos mais velhos. Há mapeamentos, por exemplo, de jovens de 18 anos que atuam como titulares de suas equipes em competições nacionais profissionais, tais quais as Séries B, C e D do Brasileirão.

A PARTIR DOS 17

Léo Jabá Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)
Léo Jabá: promovido aos 17 anos para o profissional (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)

Após a categoria sub-15, começa o chamado alto rendimento. Campeã mundial em março com destaques como Fabrício Oya e Léo Jabá, a equipe sub-17 iniciou a temporada com 34 atletas (1998 e 1999).

Nesta idade, começam trabalhos de musculação, tração e treinamento regenerativo. Os jovens, que já assinam contrato profissional aos...

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