Mauro Kac
Respondendo a Felipe que acha nosso time uma Ferrari, impossível de ser dirigida por Sylvinho.
Caro Felipe. Embora você tenha se esforçado em compilar números e parecer haver lógica na elaboração de seus argumentos, eles simplificam algo que considero mais complexo.
Não sei se Sylvinho terá sucesso ou não na carreira mas consigo ver liderança no vestiário, confiança da diretoria, que acompanha o trabalho diariamente, e noto diferenças no time em todos os jogos, às vezes pequenas, e nem sempre funcionam, mas isso não é pouco.
Ao chegar Sylvinho estabilizou o elenco e definiu algumas situações.
Gil seria seu titular, contra o desejo da maior parte da torcida que queria Raul Gustavo.
Se dependesse da torcida Gil hoje estaria no Internacional ou Flamengo.
Cantillo era seu primeiro volante. Desde o início Sylvinho queria uma construção limpa do jogo a partir da retaguarda, e o Colombiano foi bem em vários jogos. A catástrofe se deu no jogo contra o Flamengo, e ele foi o sacrificado apesar de ter tido que jogar com Gabriel e Roni como parceiros no meio-campo.
Sylvinho parece coerente e sabe o que procura.
No pior momento da temporada, no derby, quando a torcida em peso queria Xavier, mesmo com o emprego em risco, ele bancou Cantillo, e o Colombiano voltou a ser titular desde então, mas seus parceiros agora são Renato Augusto e Giuliano.
Esta semana parte da torcida queria a cabeça de Cássio, nosso Gigante.
Ele tem falhado? Parece que sim.
Mas contra o Fluminense nos salvou.
O problema de Cássio é posicionamento nas bolas cruzadas, algo que pode e deve ser corrigido com treinamento específico.
Quando nosso principal atacante era Gustavo Silva, Sylvinho bancou GP, não porque Mosquito tivesse caído de produção, mas porque o drible de GP dava mais opção que a velocidade de Gustavo.
Sylvinho descobriu Du Queiroz, Adson e ressuscitou Vitinho e chegou a sexto lugar na tabela ainda sem os reforços, tendo somente Giuliano. Querer comparar o trabalho dele com o de Mancini não tem o menor cabimento.
Já vi torcedor dizendo que Roger Guedes não produz mais porque tem que marcar lateral.
No jogo do Brasil contra o Uruguai, jogo que ganhávamos com folga, houve um erro no ataque e os Uruguaios contra-atacaram em velocidade. Fomos salvos por Antony, ponta esquerda que voltou em desabalada carreira e retomou na bola já na nossa área.
No futebol de hoje, atacar e defender é função de todos.
Eu também gosto de laterais chegando ao fundo mas parece não ser a preferência de Sylvinho, mas também não é a de Tite.
Os laterais do Tite raramente vão ao fundo e por isso Arana é opção tática e não titular. Isso não quer dizer que Tite não precisará do Arana. Vai depender do jogo e das circunstâncias.
Depois dos jogos contra a Venezuela e Colombia, parte expressiva da imprensa e da torcida já começava campanha por Renato Gaúcho. Mesmo com a melhor campanha em toda a história das eliminatórias não estavam satisfeitos.
Ontem, diante do massacre imposto ao Uruguai devem se acalmar.
Perdemos o jogo para o Sport jogando muito mal, mas o jogo foi em gramado fofo, onde nem bola nem jogadores conseguiam correr.
Contra o Fluminense não fizemos bom jogo mas perdemos Willian com 7 minutos, e Renato Augusto ainda não está em forma, mas ganhamos o jogo com jogada bem trabalhada por Mosquito e GP e não por acidente. Neste jogo parece que Sylvinho passou a usar a linha defensiva com cinco quando o adversário troca bolas na nossa área. Foi o primeiro jogo do returno em que não tomamos gols.
Adoro torcer e discutir futebol mas confesso que torço melhor do que analiso, e isso serve para a torcida em geral.