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Uva verde

Diogo Rincón, um dos responsáveis pelo meu corinthianismo

Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

O dia em que me tornei corinthiano

Opinião de Luis Fabiani

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O ano de 2008 podia ter sido bem pior do que realmente foi. Clube afundado em dívidas, elenco em total reformulação, e acima de tudo, recém-rebaixado à segunda divisão. Era impossível estar otimista. Mas naquele ano, uma data específica me marcou muito.

O dia 30 de abril está longe de ser a data mais memorável ao corinthiano médio. Não remete a algum título ou contratação de peso.

Foi o dia em que o Corinthians entrou de maneira definitiva na minha vida. Dali em diante não teria mais volta. Nem uma família majoritariamente são-paulina poderia influir nessa paixão que tinha acabado de se instaurar no meu peito.

Na noite daquele dia, o Corinthians venceu o Goiás por 4 a 0 e se classificou para as quartas de final da Copa do Brasil de 2008.

Não foi o placar elástico que me fez realmente assumir essa paixão pelo clube. Foi como toda a história do jogo se deu.

Uma semana antes, o Corinthians havia perdido por 3 a 1 para o mesmo Goiás. E em meio à campanha da recém-lançada camisa roxa, os jogadores do clube goiano tiraram onda no final da partida comendo uvas da mesma cor. Um deboche que parecia não ter fim.

Era a gota d'água. Um time que vinha acumulando humilhações agora sendo escorraçado por um clube que está vários escalões abaixo. O momento era de mudança.

Duas semanas depois, os times se reencontraram. Morumbi lotado. Nosso salão de festa seguia à risca seu apelido. Nunca vi o Corinthians dominar um adversário da maneira que fez na noite daquele 30 de abril. O jogo não valia um título, mas foi encarado como tal pela torcida e pelos jogadores. Já no aquecimento, o goleiro Felipe pedia o apoio das arquibancadas. E era atendido. Em troca, o Corinthians sufocou o Goiás desde o início. Com 30 minutos de jogo, já goleava por 4 a 0.

Diogo Rincón (2x), Herrera e André Santos sacramentaram a goleada alvinegra, que poderia ter sido maior, se o quinto gol de Chicão não fosse mal anulado. No final do jogo? Comemos uvas verdes que remetiam à camisa do time goiano. O time de Mano Menezes deu um espetáculo à sua torcida.

Eu estava no estádio. Meu pai me levou no Morumbi, e ali já sabíamos que não teria mais volta. A garra daquele time, que meses depois subiria à primeira divisão, se instaurou nas minhas veias e ainda não saiu.

Hoje, posso garantir que, se não fosse aquele jogo, não seria corinthiano como sou atualmente. E como sempre digo, só sou jornalista há um ano pois sou corinthiano há 19.

Aquele 30 de abril mudou minha vida. Por causa dele, estou aqui hoje para compartilhar essa história com vocês.

Veja mais em: Copa do Brasil e Torcida do Corinthians .

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Por Luis Fabiani

Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Há três anos, acompanhando a base do Corinthians diariamente pelo Meu Timão.

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31 Comentários Comentar >

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  • Comentários mais curtidos

    Leonardo
    Leonardo Chianese #307

    Boa história mano, eu não gosto desse Goiás desde 2005 que quase estragam nosso título brasileiro. 2007 nem se fale e 2008 foi isso que você falou. E ainda a gente empresta jogador pagando salário e quando quer um deles (Michael) acaba no Flamengo, no Palmeiras ou no poderoso do momento.

  • Miguel Negreiro
    Miguel Negreiro #890

    Ser Corinthiano, significa paixão acima de tudo; vai Corinthians!

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  • Todos os comentários (33)

    Bruno
    Bruno Sanchez #6.796

    Eu estava lá, primeiro jogo meu no morumbi, uma pena os gols ter saído do lado oposto que eu estava, estava um frio de lascar, e chovendo... E o morumbi é muito longe o campo das arquibancadas... Tinha uns 50 mil corinthiano brincando... Foi o jogo que o Corinthians estreio a camisa roxa, por isso os dirigentes do Góis tinha dito que iria comer uvas roxa... Mais no final, o Felipe jogou uvas verdes na torcida onde eu estava... Foi show de bola esse jogo...

  • Jose
    Jose Correa #4.092

    Ninguém vira Corinthiano, a gente nasce assim, e' o destino, sempre procuro nos momentos dificeis, lembrar das grandes vitórias, da festa da fiel, espero que a nuvem negra que se abateu sobre o mundo se dissipe e possamos novamente ver a Arena lotada de novo a festa e a alegria de um povo resurgir para um novo tempo de conquistas. Corinthians Grande

  • Alexandre
    Alexandre S.c.c.p. #26

    VAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIII CORINTHIANS

  • Corneta
    Corneta #1.740

    Bom jogo. Só que esse não é jogo de mudança alguma.
    O time conseguiu perder a Copa do Brasil sem pegar ninguém. Nem na final. Série B vale nada.
    No ano seguinte, capengou em clássicos mesmo com Ronaldo até o VERDADEIRO jogo da virada: Corinthians 2x1 SP. Primeiro jogo com os tais 3 "atacantes" que pavimentou o títulos paulista, Copa BR e os próximos 10 anos.

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