43K 114
por trás das câmeras
Ainda descobriremos a verdade sobre Victor Cantillo
Análise de Luis Fabiani
O Corinthians parece encontrar um problema comum quando precisa propor o jogo ofensivamente. Contra Atlético-GO, pelo Brasileirão, e no jogo de volta contra o América-MG pela Copa do Brasil, o alvinegro teve mais a bola que seu adversário e não conseguiu terminar os 90 minutos sendo o time dominante e mais criativo.
Para provar que não estou mentindo, aqui estão os números das duas atuações citadas acima:
Para os técnicos e analistas, o nome disso é posse de bola estéril. E é justamente isso que tende a diminuir com a volta de Victor Cantillo ao time titular.
Em partidas como a do último sábado (derrota para o Atlético-MG por 2x1) eu entendo totalmente a opção por deixar o colombiano no banco. Exigiu-se mais intensidade e era sabido que o Corinthians teria menos a bola. Roni e Éderson, na minha opinião, tinham características mais condizentes com o jogo. Intensidade, bom poder de marcação e capacidade de pressionar o adversário na saída de bola,
Mas para a sequência do ano, nas partidas que o Corinthians tiver mais o controle da bola, Cantillo agrega muito mais que seus concorrentes. Justamente pela capacidade de tirar o Corinthians de trás e acionar os jogadores de frente, sem obrigar os meias a ficar tão longe do gol adversário.
Corte legal do @iurimedeiros13 que expõe como Cantillo pode ser útil para evitar uma posse de bola estéril.
Sua presença em campo deixa os meias mais próximos do gol e menos sobrecarregados na criação #MeuTimão pic.twitter.com/BbJBSh6ywB— Luis Fabiani (@luissfabiani) November 15, 2020
O camisa 24 entrou na segunda etapa do confronto com os mineiros e já demonstrou na prática o argumento que usei acima. Não é de se esperar que Roni, Éderson ou Gabriel quebrem linhas como Cantillo faz no vídeo. Sem alguém com essa qualidade, Cazares possivelmente viria buscar a bola nos volantes e contribuiria com a posse de bola estéril presente nos últimos jogos.
Engana-se quem pensa que o colombiano "vive de lançamento". A principal característica do volante é a capacidade de tirar o Corinthians da defesa e levar para o ataque. E teria suas virtudes potencializadas se jogasse ao lado de outro volante com bom passe, como Xavier (o que aconteceu por somente 17 minutos).
Fico curioso para saber como seria o Corinthians com dois volantes construtores e um meia habilidoso. Fato é que as peças já temos.
A falta de sequência do colombiano no time titular não parece ser por premissas futebolísticas. Bola por bola, seria titular mais frequentemente. E espero que ainda vejamos muito de seu talento com a camisa 24 do Corinthians.
Como será que treina? Queria muito entender a falta de sequência do colombiano no time titular do Corinthians