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Coluna do Marco Bello
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Foi bom!

Fabio Carille comandou a equipe em 34 partidas sem derrotas no ano

Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians

As lições da derrota do Corinthians

Opinião de Marco Bello

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Quando comecei na profissão de jornalista, alguns anos atrás, fui aprendendo aos poucos, com os erros, os macetes da profissão. Um deles, aprendido a duro custo, é evitar certas perguntas óbvias.

Por exemplo: você chega em um jogador machucado e pergunta se está doendo. Pode parecer brincadeira, mas tem gente que faz. Ou em uma volta olímpica: “Feliz com o título?” Acredito que o leitor já tenha se deparado com isto.

Um caso em particular me chamou a atenção e eu jamais esquecerei. Era setorista do Palmeiras em 2006 e o técnico era Caio Junior. O time ia chegando ao estádio e o repórter recém-iniciado, no caso eu, coloca o microfone no treinador da equipe e manda um: “Qual a expectativa para o jogo?”.

O técnico, que não era de respostas ásperas, não se conteve com a inocência do entrevistador:

“A expectativa? De vitória, claro. Vou querer perder por acaso?!”

Nunca esqueci disso. Levo esses erros pela vida para não errar mais. Mas porque estou lembrando disso agora?

Para falar, com o perdão da obviedade, que ninguém quer perder. Nenhum jogador, treinador, dirigente, ninguém vai pro jogo pensando em não vencer as partidas. Mas isso não impede que se tire lições das derrotas. E que elas não contribuam de alguma forma para os sucessos subsequentes.

A sofrida derrota para o Tolima, em 2010, por exemplo. Foi o início da caminhada rumo ao título Mundial de 2012. O próprio técnico Tite já disse isso.

Nesse meio de caminho, teve a derrota para a Ponte Preta no Campeonato Paulista, em 2012, que tirou Júlio Cesar e colocou um tal de Cássio no gol do Timão em plena Libertadores.

Posso citar mais mil exemplos aqui. Pra chegar a um ponto: o Corinthians perdeu. E foi bom!

Posso até encontrar torcedores que sonhavam em um título invicto do Brasileiro. Eu não acreditava nisso. São 38 jogos! O time sofre perdas por suspensão, lesão, convocação. É praticamente um guerra cheia de batalhas espinhosas que dura o ano todo.

Mesmo os melhores exércitos perdem algumas batalhas.

O time entrou em campo contra o Vitória tocando de calcanhar. Rodriguinho fez isso antes dos dois minutos de jogo. A própria imprensa (e aqui cabe um mea-culpa) apostava em quantos gols o time iria fazer na “goleada”.

Pois bem, perdeu. As coisas voltaram ao normal. O time “imbatível” voltou a ser um time. Ótimo time. Campeão Paulista. Líder do Brasileiro. Mas um time.

O Corinthians vai a Chapecó cheio de desfalques. Com dois garotos na zaga. Perder seria anormal? Não acho. Lembrando que na última rodada a Chapecoense venceu o Palmeiras em São Paulo.

Duas derrotas! Nossa!! Grande parte da imprensa fará um escarcéu. Crise no líder!

Na minha modesta opinião, se isso ocorrer, serão pedras no caminho. Cada empate. Cada derrota.

Um time campeão também é feito disso.

Se ganhar em Chapecó, ótimo! Dez pontos sobre o vice-líder. Tranquilidade.

Mas se perder, o Corinthians continua firme e forte na briga pelo título. Sempre aprendendo. Sempre tirando lições.

Fábio Carille, sujeito vivido que é, sabe muito bem disso.

Veja mais em: Campeonato Brasileiro e Fábio Carille .

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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  • Comentários mais curtidos

    Carolina
    Carolina Germano

    A derrota assim como qualquer obstáculo na vida serve para nos fazer ter os pés no chão! Também achava difícil ser campeão invicto pelos mesmos motivos citados na matéria, mas acredito que temos tudo para fazer a melhor campanha da história, com muita humildade e raça. Vai Corinthians!

  • Bruno
    Bruno Medeiros #2.074

    "Menos de dois minutos o Rodriguinho já estava dando de calcanhar". Lembro desse lance, e não gostei também, passa uma certa soberba e aumenta a gana do adversário em mais 10%. Então tem que ter seriedade do início ao fim, calcanhar, letra etc..só em último recurso com objetividade, não no meio de campo totalmente desnecessário como ele fez sem objetivo e com menos de dois minutos de jogo.

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  • Todos os comentários (83)

    Z�
    Zé Horto #5.400

    Eu achei excelente e até comentei!

  • Z�
    Zé Horto #5.400

    Pois é, confrade Marco Bello, você tem razão quanto às perguntas imbecis feitas por vários jornalistas e radialistas do mundo esportivo.

    Lembro daquela que o repórter pergunta ao jogador iniciante o que foi que ele achou do jogo. "-Eu num achei nada não, mas meu colega achou um relógio na beira do gramado".

  • cleber
    Cleber Zambroni #3.490

    Não podemos de forma alguma em aceitar perder pontos para times que beiram a zona de rebaixamento, principalmente em casa! Não acho isso normal e NUNCA podemos achar normal, pois são essas derrotas para times que não vão á lugar algum que tiram TÍTULOS!

  • Edson
    Edson Cunha #2.821

    Alguém precisa avisar o Rodriguinho que houve novas convocações, pois ele não ainda.

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