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Pensando fora da caixa, por Luis Paulo Rosenberg

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

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Especial

Pensando fora da caixa, por Luis Paulo Rosenberg

Por Meu Timão

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O ex-vice presidente, Luis Paulo Rosenberg, enviou um artigo especial para o site Meu Timão. Confiram:

Pensando fora da caixa

O gravíssimo problema da violência nos estádios está sendo diagnosticado como sendo resultante da existência das torcidas organizadas. Como a insatisfação social com o problema está chegando ao limite, é questão de pouco tempo para que o governo seja induzido a agir. E o sentido da ação será pela eliminação das organizadas nos estádios.

Ainda que fosse verdade que toda a violência é praticada pelas organizadas, é falso que a organizada toda pratica violência. Como cartola, tive oportunidade de conviver com as do Timão e constatar que a grande maioria de seus membros é do Bem, pais e mães de família, crianças e velhos, unidos pela devoção religiosa ao nosso Timão. Os cafajestes que dela fazem parte são uma minoria, nefasta é verdade, mas que não justifica a incriminação de toda uma comunidade.

Entretanto, a indignação popular contra estes vândalos está ameaçando a sobrevivência delas, procurando impedi-las de irem aos estádios para rir e chorar, entoar seus cânticos, empurrar seu time na alegria e na dor, completando o espetáculo com a beleza de sua empolgação: ou alguém imagina que a emoção de um jogo do Timão seria a mesma, caso não tivéssemos os manos, lembrando que “aqui tem um bando de loucos?”

Como, então, separar o joio de trigo, combatermos a violência sem extirparmos as organizadas, sem jogar fora o bebê junto com a água do banho, como quando se permite apenas a torcida do mandante no estádio?

Por um lado, os criminosos têm que ser punidos, sem leniência, nem cumplicidade ou complacência dos cartolas e lideres das próprias organizadas. O Procurador Castilho, um batalhador incansável pelo fim da violência, elencou o que se pode fazer para castigar os infratores. Medidas indispensáveis, mas insuficientes: mais eficaz do que punir o crime é evitar que ele seja cometido. Para tanto, o protagonismo não poder nem do governo nem dos clubes e sim das próprias organizadas, as maiores interessadas na sua sobrevivência.

É necessário um trabalho consciente de redirecionamento de energia, dentro de cada organizada. Seus dirigentes deveriam se comprometer publicamente em batalhar por melhores condições para seus membros partilharem da paixão comum, mas rechaçando os baderneiros de seu meio. Reivindicar ingressos subsidiados, por exemplo, para mulheres acima de 60 anos que fiquem juntos com ele, pois ninguém vai querer encrenca quando sua avó pode ser a vítima. Persuadir seus membros de que o palmeirense é nosso rival, não nosso inimigo. Vamos triturá-los com nossos gols, ensurdecê-los com o entusiasmo com que cantamos nossos hinos, silenciá-los com nosso apoio ao Timão, mesmo quando soframos um gol. Mas no metrô, somos todos brasileiros batalhadores, com camisas de cores diferentes, gozadores inveterados dos perdedores, sem a idiotice de querer tirar sangue de um porco ou de uma sardinha! Gozação sim e sempre, porrada, jamais!

Um bom passo inicial seria as organizadas de cada clube grande se unirem em torno de uma federação, para partilhar de um código de conduta comum. Mais ambicioso ainda: constituir uma confederação destas quatro federações, para que funcionasse como uma instancia de auto-regulação, resolvendo suas divergências em torno de uma mesa e não num campo de batalha.

Utopia? Talvez, mas se não partirmos para soluções criativas, é questão de tempo para um Majestoso disputado no Morumbi ter só espectadores usando batom nas arquibancadas!

Luis Paulo Rosenberg,
Maloqueiro e sofredor.

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  • Comentários mais curtidos

    Vin�cius
    Vinícius Sccp #1.181

    " para um Majestoso disputado no Morumbi ter só espectadores usando batom nas arquibancadas! " kkkkkkk rosenberg, ajudou muito na revolução Corinthiana!

  • P
    P M #2.008

    Tem que tirar os bandidos do meio, prender, é um problema social, esses caras quando entram e matam em um dia de jogo, não tem o mesmo tratamento de assassino, e sim de torcedor da organizada, quando a justiça tomar providencias para manter esses animais fora do estádio, acredito que o problema não será o nome"organizada" porque a festa que eles fazem em campo é linda...Mas fora...

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  • Todos os comentários (147)

    Cleidson
    Cleidson Sousa #19

    O cara ainda esculacha os bambi kkkkkkkkkkk

  • Antonio
    Antonio Toledo #5.194

    Entendo que é por aí que encontraremos uma solução sustentável, utopia é achar que o poder publico, ineficiente em tantas questões básicas irá tomar alguma providência nesse sentido, mas se cada organizada se dispor a identificar e expulsar de seu meio, esses bandidos, começaremos a botar as coisas em ordem.

  • Bill
    Bill Corleone #1.529

    É muito fácil acabar com os 'animais' vândalos. RECEITA em 8 passos: 1) Identificar-los via imagens, dentro e fora dos estádios. 2) Criar um banco de dados dos meliantes. 3) Linkar-los (quando forem) às torcidas organizadas. 4) Bani-los do esporte, ou seja, nunca mais poderão assistir uma partida de futebol no Brasil. 5) Obrigar as organizadas também a bani-los de sua agremiação, caso mantenham o meliante, a organizada sofrerá com severas multas, escasses de ingressos e podendo até ser banida. 6) Obrigar os clubes a bani-los do cadastro de sócios torcedores, caso não cumpram, os clubes serão punidos nos campeonatos e financeiramente. 7) Decretar a obrigatoriedade do uso cadastro na hora da compra do ingresso, válido em todos os estádios da 1ª divisão. 8) A CBF deve criar uma premiação financeira para as torcidas organizadas que colaborarem e assinarem os termos, (Prêmio Fair Play, Prêmio Espetáculo, Prêmio Criatividade e etc.) assim, incentivando o lado bom dessa massa.

  • ADEILDO
    Adeildo Marinho #31

    Concordo! Se não partir dos próprios, fica difícil a contenção, pode acontecer mais morrerá muito antes, se eles podem serem serão prejudicados deveriam eles mesmos fiscalizar e denunciar os culpado que eles veem quem são, se tem medo de mostrar a cara denuncia anônima funcionam, dai pra frente entram as autoridades para com as medidas cabíveis.

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