As duas empresas envolvidas em contratos escusos com a Odebrecht durante a construção da Arena Corinthians se defenderam após a repercussão das denúncias feitas na última quinta-feira. Em reportagem exibida pela TV Globo nesta sexta, representantes da Temon (instalações hidráulicas e elétricas) e com a Heating & Cooling (ar-condicionado) negaram irregularidades no acordo firmado com a construtora.
Cláusulas contratuais entre as fornecedoras e a Odebrecht determinavam que no caso de sobras em relação ao orçamento, a economia de dinheiro seria dividida entre a construtora e as empresas. Tais acordos contrariam o contrato firmado entre o Corinthians e a Odebrecht em 2011, que previa realocação de dinheiro eventualmente economizado em outras despesas da construção da Arena.
"Isso é uma prática comum no mercado. temos em vários contratos nossos. Alguns a gente consegue viabilizar, e outros não. No caso específico da Arena Corinthians, não foi utilizada essa cláusula. Não teve nenhum ganho em relação ao contrato original", argumentou o representante da Temon.
"A negociação do valor foi feita exaustivamente pelo pessoal da Odebrecht, com a concordância do valor final pelo Luis Paulo Rosenberg (ex-vice de marketing do Corinthians)", afirmou o representante da Heating & Cooling.
Vale destacar que, independentemente de terem ou não se aproveitado de eventuais sobras, Temon, Heating & Cooling e Odebrecht não poderiam ter a possibilidade de dividir entre si tal verba. Um dos culpados por tal imbróglio foi o arquiteto Jorge Borja, contratado pelo Corinthians para atuar como fiscal das cobras. Os contratos entre a construtora e as empresas citadas tiveram consentimento do arquiteto.
Em tempo: ainda na quinta-feira, o Corinthians, por meio de uma notal oficial assinada pelo presidente Roberto de Andrade , disse estar ciente dos contratos escusos e alegou que tais fatos estão sob investigação da auditoria que já vem prestando serviços à Arena.