A Arena Corinthians teria sido palco para troca de dinheiro sujo envolvendo a Odebrecht e demais pessoas ligadas às obras do estádio. É isso que apontam as planilhas da construtora incluídas em inquéritos da Lava-Jato.
O departamento de operações estruturadas da Odebrecht, que funcionava como uma espécie de controle do pagamento de propinas e caixa 2, tem ao menos dez citações à Arena Corinthians, conforme mapeado pelo portal Uol. Entre fevereiro e outubro de 2014, teriam sido repassados R$ 4,1 milhões ilegalmente a pessoas ligadas ao estádio corinthiano.
Além do codinome "Timão", que aparece diversas vezes como destinatário do dinheiro irregular, aparecem outros apelidos como "Papai Noel", "Rena", "Trenó" e "Azeitona". Ao longo das investigações da Lava-Jato, nomes como o André Luiz de Oliveira (André Negão) e Andrés Sanchez já foram ao menos mencionados.
Homem-forte por trás da construção e da própria administração da Arena Corinthians, Andrés Sanchez negou envolvimento em recebimento de propina ou caixa 2 relacionado à Odebrecht.
"Não houve pagamento na Arena Corinthians. Não tem nada. Não sei, a planilha não é minha. Se houve algum rolo na Arena, o Corinthians é vítima. É vítima. Não fiquei sabendo de nada. Se houve alguma coisa, o Corinthians é vítima", afirmou o ex-presidente do clube.
Vale lembrar que as investigações da Polícia Federal, conforme mostrado pelo jornal Folha de S. Paulo, apontaram Andrés Sanchez como suposto destinatário de R$ 3 milhões da Odebrecht em caixa 2 sob justificativa de ele ser "importante interlocutor para a gestão do contrato para as obras/operação da Arena Corinthians".
Repasses ilegais ligados à Arena Corinthians
25/2/2014 – Papai Noel – R$ 500 mil
25/2/2014 – Rena – R$ 5 mil
27/2/2014 – Trenó – R$ 10 mil
13/8/2014 – Azeitona – R$ 300 mil
13/8/2014 – Timão – R$ 1 milhão
19/8/2014 – Timão – R$ 300 mil
11/9/2014 – Timão – R$ 500 mi
18/9/2014 – Timão – R$ 500 mil
25/9/2014 – Timão – R$ 500 mil
16/10/2014 – Timão – R$ 500 mil