Multicampeão pelo Corinthians, Paulo André guarda boas lembranças dos tempos que vestiu a camisa alvinegra. Apesar disso, não são só coisas boas que marcam sua passagem pelo Timão. Pouco antes de deixar o clube, o zagueiro esteve presente na tensa invasão da torcida ao CT Joaquim Grava. Depois de relembrar algumas boas histórias com seus ex-companheiros , o jogador detalhou os acontecimentos em participação no Resenha ESPN.
"Esse dia foi complicado, cara. Porque perdemos feio para o Santos, por 5 a 1, e a gente já vinha de um 2013 complicado. 9h a gente ia para o campo treinar e o Fábio Mahseredjian era chato pra caramba. Ele passava gritando chamando para o campo. Nesse dia, não sei porque, ele não passou gritando. Quando deu 9h, os torcedores começaram a invadir e correram para o campo. Ainda bem que não estávamos lá, porque ia ser uma guerra campal. Duzentos caras entraram com faca, pedra, pau", contou.
"Eu, o Ralf e o Danilo estávamos na fisioterapia e não deu tempo de correr para o vestiário. Então entramos naquela casa de máquina da piscina e ficamos ali umas 1h30, sem brincadeira. Ficamos um tempão. Os caras entraram nos vestiários e empurraram os armários, empurraram tudo para a porta e ficaram segurando. Ficavam gritando ‘Vem aqui para fora, vamos cortar sua perna. Você é horroroso’", completou.
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Um dos líderes do elenco na época, Paulo André saiu de onde estava e foi tentar falar com os torcedores. Apesar disso, não obteve sucesso, justamente por não estar entre os mais cobrados pela torcida. Apesar de já fazer tempo do ocorrido, o ex-camisa 13 do Timão lembra quem eram os mais procurados pelos presentes no CT.
"Chegou uma hora que fiquei de saco cheio e fui falar com os torcedores. Mas eles falaram ‘Não, o Paulo sempre vem. Queremos falar com esse, esse e aquele outro’. A polícia estava lá, não fazia nada, ficava olhando. Aí passou umas 2h30 e resolveram tirar os caras, mas foi assustador", disse.
"Tinham três alvos, acho que o Pato e o Romarinho na época estavam mais marcados”, completou.
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Como fez parte de uma geração vitoriosa no Corinthians, Paulo André viveu poucos momentos de tanta cobrança. Por conta disso, tem mais lembranças positivas do que o contrário de sua passagem. Usando o exemplo de Romarinho, herói da Libertadores e alvo de muitas críticas dois anos depois, o zagueiro, hoje no Atlético Paranaense, explicou como as coisas mudam no Timão.
“Futebol vira muito rápido e no Corinthians mais ainda, a pressão é muito grande. É do céu ao inferno do dia para noite. É fantástico quando se está tudo bem, acho que o melhor lugar do mundo para se jogar e quando está mal é complicado”, concluiu.