O Corinthians foi ao Rio Grande do Sul para jogar no contra-ataque, surpreender o rival e não sofrer na defesa. A descrição serviria tanto para o jogo contra o Internacional, há cerca de dois meses, quanto para o duelo contra o Grêmio, neste sábado. A diferença é que, se daquela vez a proposta foi pouco ofensiva, dessa vez o problema foram os vários erros técnicos dos jogadores.
Ao todo, foram 64 passes errados dentre os 338 tentados e apenas dois chutes certos no gol dentre as 13 finalizações tentadas. A compensação, é claro, ficou para as disputas defensivas: 57 duelos vencidos contra 45 do rival, além de 22 bolas pelo alto dominadas contra 14 do Grêmio. Um retrato fiel para o 0 a 0.
O Corinthians entrou em campo com Sornoza na vaga de Júnior Urso e a proposta de um time mais leve em campo, capaz de ameaçar o Grêmio jogando por baixo. A ideia pareceu brilhante quando Fagner e Pedrinho tabelaram na saída de bola, o meia recebeu no campo de ataque, acionou Mateus Vital e viu o companheiro chutar na rede pelo lado de fora.
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O lance de almanaque, porém, foi apenas um suspiro de futebol do Timão, que ainda chegou em outra boa jogada de Fagner, também finalizada na rede pelo lado de fora. No mais, o Alvinegro até se manteve seguro na defesa, mas sofreu com erros bobos de passe.
O maior exemplo disso se deu em dois ataques já na parte final da primeira etapa. Clayson apareceu livre e foi acionado por Pedrinho. Com Love no pivô, segurou por um segundo a mais e tocou nas costas do atacante. O camisa 9, por sua vez, recebeu presente de Kannemann e, ao tentar ir para o 1 x 1 contra o próprio argentino, esqueceu a bola.
O lance em que Love tropeçou na bola já no fim do primeiro tempo; passe para Clayson ou drible deixariam um dos dois na cara do gol
Reprodução
Na etapa final, Carille aparentemente acreditava na proposta para tentar o contra-ataque, mas sua paciência com Clayson não durou muito. Depois de algumas bolas perdidas e uma falta muito mal batida, ele deu lugar a Boselli, levando Vital para o lado esquerdo e Love a uma função de segundo atacante/armador.
Foi aí o melhor momento corintiano, com uma boa cabeçada de Boselli, um cruzamento perigoso de Mateus Vital e um chute cruzado de Fagner sendo defendido por Paulo Victor. Tudo isso em menos de cinco minutos. Carille resolveu que a próxima mudança seria Jadson na vaga de Love, para cuidar da armação, mas acabou não sendo bem sucedido.
O camisa 10 não teve boa atuação, entrou aparentemente fora de ritmo e não conseguiu ser o passe preciso que o time precisava. O armador perdeu cinco posses de bola, uma delas saindo com bola e tudo pela lateral.
Mateus Vital não teve muita companhia na armação das jogadas
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Sem conseguir ficar com a bola, o Timão foi pressionado pelo Grêmio. Ainda que sem grande perigo para Cássio, o time paulista precisava de uma alternativa para o contra-ataque quando Janderson entrou, aos 42 minutos, na busca por essa velocidade. Dito e feito, o ponta teve três situações de 1 x 1, conseguiu um escanteio e uma finalização. Não o bastante para mudar o destino do jogo.
Carille e seus comandados voltam mais uma vez de Porto Alegre com um ponto na conta, uma defesa sólida e um ataque questionável. Para fazer valer o feito, precisa ganhar do Athletico-PR nesta quinta-feira, na Arena Corinthians.