O Corinthians entrou em campo na noite desta quarta-feira disposto a mostrar que sabe jogar futebol nem que isso custe sua exaltada defesa. Depois de partidas muito ruins contra Athletico-PR e São Paulo, o técnico Fábio Carille atuou sem medo de perder, mudou sete titulares e penou com a organização no segundo tempo, mas acabou assegurando um 2 a 2 que "premiou" a iniciativa incomum na temporada.
O primeiro tempo mostrou um Corinthians mais solto, seja pela facilidade com que as jogadas foram construídas seja com a preocupação maior em trocar passes para frente. Fagner bastante soltou pelo lado direito foi o ponto fundamental para a construção das melhores jogadas, algo comum na temporada, mas viu jogadas saírem também pelo lado esquerdo, com Janderson e Carlos, duas das escolhas surpreendentes do treinador.
Foi em um lance com a participação de todos esses que saiu o gol corinthiano. O lateral recebeu boa bola de Pedrinho e, antes da linha de fundo, tocou rasteiro para Gustavo, outra mudança. O centroavante pegou mal na bola, mas o Corinthians tinha tantos jogadores na área (quatro, além de Pedrinho e Sornoza na meia-lua) que um deles, Janderson, empurrou para a rede.
O ritmo dos visitantes continuou intenso, apostando em uma marcação forte no meio-campo. Chamou a atenção a participação de Gustavo neste momento, recuperando duas posses de bola e ganhando cinco das oito disputas que teve pelo alto. Vital, solto, teve boas chances em chutes de fora da área, mas não conseguiu acertar o alvo.
Como o futebol tem muitas variáveis e não é sempre que um time superior sai vencedor, o Timão, que viu isso várias vezes ficar a seu favor, foi penalizado. Em raro lance com liberdade para Michael, o destaque goiano no Brasileiro conduziu desde o meio-campo e, mesmo rodeado de corinthianos, acertou o ângulo de Cássio.
Depois de sofrer o gol, o Corinthians sentiu a pressão do time da casa e viu o domínio passar para o outro lado, sem grandes sustos até o intervalo, porém. Motivo pelo qual Carille apostou na mesma equipe para a etapa final. O encaixe de jogo, porém, tinha mudado de lado.
Com Michael exalando confiança, os anfitriões foram para cima e poderiam ter virado o marcador em três oportunidades nos primeiros 15 minutos. Os paulistas até ameaçaram em contra-ataques, mas pareceu faltar perna ao Corinthians para finalizar com perigo ao gol de Tadeu. As sete mudanças passavam a penar na falta de entrosamento e organização defensiva.
O Goiás conseguiu uma justa virada em cabeçada de Barcia, que tirou do Timão também a condição de melhor defesa do Brasileiro, agora do rival São Paulo. Carille mandou a campo Régis, Vagner Love e Jadson, mas parecia que não conseguiria furar o bloqueio adversário.
Até que Michael, o melhor em campo, deu uma força: foi expulso de forma infantil em lance no meio-campo. Com um a mais, o Timão rodou a bola, quase empatou com Gil, e foi premiado em pênalti marcado após toque com a mão de Dudu. Um empate que pode incentivar os alvinegros a jogarem mais.