O Corinthians atravessa um momento financeiro muito delicado. Além das recentes dívidas, o Timão tem colecionado processos judiciais com uma série de cobranças. Para Juca Kfouri, o mal-estar financeiro da equipe pode ter origens específicas.
Em participação no podcast Posse de Bola, do Uol Esporte, o jornalista analisou as dificuldades das equipes brasileiras se destacarem a longo prazo no futebol nacional. Segundo ele, parcerias pouco transparentes dos clubes podem ajudar a explicar o problema.
"Diferentemente do que se dá nesse momento do Flamengo, o Corinthians ficou como legado da parceria com o Governo, ficou com o mico do estádio e esse mico faz com que o Corinthians padeça a situação que padece, sendo que o Corinthians também na primeira década do século fez aquela parceria com a MSI, com a máfia russa, com dinheiro sujo, e tão logo perdeu aquela mamata, também caiu para a segunda divisão", afirmou Juca.
A afirmação está relacionada à imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva constantemente ligada à inauguração da Arena Corinthians, em 2014 - o estádio foi palco da abertura da Copa do Mundo daquele ano. Construída pela Odebrecht, a arena alvinegra já esteve envolvida na investigação que ficou conhecida como Operação Lava-Jato.
Notícias relacionadas
Juca Kfouri também fez críticas à parceria com a MSI, representada pelo empresário Kia Joorabchian, firmada em agosto de 2004. O contrato, vale lembrar, garantia à MSI (Media Sports Investments) o controle do Departamento de Futebol do clube por 10 anos. A vantagem do clube seria contar com um elenco de alto nível trazido pela empresa que, no ano seguinte, contratou nomes como Tevez, Mascherano, Nilmar, Carlos Alberto e Roger.
A parceria entrou em declínio em 2006, com investigações sobre a origem do dinheiro da MSI pela Polícia Federal. Kia Joorabchian, Alberto Dualib e Nesi Curi (presidente e vice do Corinthians, respectivamente) foram acusados por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Além do envolvimento do magnata russo Boris Berezoski nos negócios.
Naquele cenário, a torcida viu o Corinthians ser deixado com uma dívida de R$ 90 milhões entre luvas, contratos e salários. O contrato foi rompido em junho de 2007, ano que culminou no rebaixamento do clube.