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Laudo oficial

Perícia oficial define como inconclusivo o que foi dito por Rafael Ramos em suposto caso de racismo

Por Meu Timão

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O suposto caso de racismo envolvendo o lateral Rafael Ramos, do Corinthians, e Edenilson, do Internacional, ganhou uma nova atualização nesta quarta-feira. A perícia oficial do caso afirmou não ser possível identificar a palavra proferida pelo corinthiano ao atleta do time do Sul.

O resultado foi apontado no laudo de leitura labial feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), solicitado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, responsável pelo caso. A informação foi publicada primeiramente pelo ge.globo.

"Por essas razões, é impróprio que a perícia criminal oficial do Estado afirme, com responsabilidade do ponto de vista processual e científico, o que foi proferido pelo jogador na cena questionada. O Laudo afirma que 'sem que haja o respectivo sinal sonoro para realização de adequada análise percepto-auditiva e acústica, é conceitualmente inviável a definição confiável e inequívoca da pauta sonora proferida por um indivíduo a partir, exclusivamente, das informações relativas aos gestos articulatórios componentes que sejam exteriormente visíveis (como os de lábios e mandíbula)'. O documento afirma ainda que 'resultados advindos da tentativa de mapeamento do que teria sido enunciado por um locutor questionado em uma imagem sem o áudio de fala associado (e consequente sinal acústico) seriam meramente exploratórios, representando muito mais conjecturas em torno de possibilidades anatomofuncionais do que evidências materiais per se'", diz trecho da nota divulgada pelo IGP - veja completa abaixo.

O documento especifica, ainda, terem sido recebidos quatro vídeos para a investigação. O material selecionado foi tratado em softwares de qualidade, mas ainda assim não foi possível uma conclusão.

A delegada Ana Luiza Caruso, responsável pelo caso, afirmou já ter recebido o documento e disse que vai encaminhá-lo ao Ministério Público sem um pedido de indiciamento contra o atleta alvinegro. O órgão, então, decide sobre o prosseguimento do caso na Justiça.

"Vamos juntar a perícia contratada pelo Edenilson e pelo Rafael Ramos, e aí tem a questão da palavra da vítima, ver o que tem de prova, que não seja suposição. Em princípio não vai ter indiciamento", afirmou a delegada ao ge.

Este, vale frisar, é o laudo oficial que será usado na investigação do caso. Ao longo do processo, no entanto, o corinthiano Rafael Ramos contratou duas perícias próprias para análise das imagens e ambas obtiveram o mesmo resultado. Depois de a primeira concluir que o jogador não utilizou a palavra "macaco" , a segunda reafirmou o mesmo veredito.

O caso começou no último dia 14 de maio, quando as equipes se enfrentaram pelo Brasileirão. Edenilson acusou Rafael Ramos de chamá-lo de "macaco" durante uma disputa de bola na lateral do gramado. Após a partida, o corinthiano se defendeu e detalhou a conversa que teve com o adversário , mas acabou sendo preso no estádio e teve que pagar fiança.

Depois deste dia, tanto Rafael quanto Edenilson voltaram a falar do caso. Recentemente, o corinthiano deu seu depoimento para o STJD novamente negando a injúria racial, enquanto o atleta colorado manteve a acusação.

Confira a publicação oficial do IGP

O Instituto-Geral de Perícias remeteu hoje à 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre o Laudo Pericial sobre o pedido de perícia de leitura labial acerca dos fatos ocorridos em jogo no Estádio Beira Rio em 14 de maio.

Quatro vídeos foram enviados para análise. Um deles foi selecionado, por apresentar maior extensão da cena questionada e melhor qualidade de sinal. As imagens foram tratadas com softwares de melhoramento e apresentaram qualidade suficiente para análise. Da cena questionada, foram extraídos 41 frames.

Não sendo possível identificar os movimentos realizados na porção interna da cavidade oral do jogador de camiseta branca, é tecnicamente inviável localizar todos os vestígios que definem a sequência de consoantes e vogais emitidas. A maior parte dos gestos que compõem a fala ocorrem justamente no ambiente intraoral ou em outras porções internas, como a faringe e a laringe. Nem em vídeos com excelente qualidade de imagem é possível obter as informações do que se passa na parte não visível do aparelho fonador.

Sobre o pedido de exame pericial de leitura labial, ressalta-se que não foi encontrada metodologia científica, aplicada à análise forense de vídeos, que sustente esse tipo de trabalho. Existem apenas publicações sobre percepção visual da fala e aprendizagem de leitura labial. Além disso, o registro enviado não possui o som das falas que interessavam à investigação, tornando impossível a perícia de áudio.

Por essas razões, é impróprio que a perícia criminal oficial do Estado afirme, com responsabilidade do ponto de vista processual e científico, o que foi proferido pelo jogador na cena questionada. O Laudo afirma que “sem que haja o respectivo sinal sonoro para realização de adequada análise percepto-auditiva e acústica, é conceitualmente inviável a definição confiável e inequívoca da pauta sonora proferida por um indivíduo a partir, exclusivamente, das informações relativas aos gestos articulatórios componentes que sejam exteriormente visíveis (como os de lábios e mandíbula)”. O documento afirma ainda que “resultados advindos da tentativa de mapeamento do que teria sido enunciado por um locutor questionado em uma imagem sem o áudio de fala associado (e consequente sinal acústico) seriam meramente exploratórios, representando muito mais conjecturas em torno de possibilidades anatomofuncionais do que evidências materiais per se”.

O Laudo Pericial possui 40 páginas e é assinado por dois peritos criminais da Seção de Áudio e Imagens do Departamento de Criminalística do IGP

Veja mais em: Rafael Ramos e Corinthians x Internacional.

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