Dentro do Parque São Jorge é debatida é a possibilidade do aumento do mandato de Duilio Monteiro Alves na presidência do Corinthians por um ano (até fim de 2024). O desejo parte de alguns sócios e conselheiros do clube. O grupo de sócios "Só Corinthians" se manifestou nas redes sociais afirmando que qualquer mudança no mandato atual seria golpe e pedindo que, em caso de alteração no estatuto, o tempo mínimo para um novo sócio votar seja reduzido. A Gaviões da Fiel endossou a nota.
Depois de veiculada pelo Meu Timão, a possibilidade de mudança de estatuto passou a ser criticada por torcedores nas redes sociais. Nesta segunda-feira, o grupo de sócios "Só Corinthians" emitiu uma nota reivindicando que a mudança de estatuto, caso ocorra, também altere o direito a voto de cinco anos, como é atualmente, para três.
"Questionamos: seria justo ou razoável o sócio esperar nove anos para votar? O Corinthians não tem dono e a tentativa de perpetuar um grupo no poder não é compatível com um clube desse tamanho. A alternância no poder é elemento fundamental na Democracia. Em tempo: qualquer tentativa de prorrogar o atual mandato, é golpe e não deve sequer ser debatida" - veja a nota completa abaixo.
Da maneira como está no estatuto, um novo sócio tem direito a voto apenas depois de cinco anos dentro do clube. Dessa maneira, como salientado na nota, uma pessoa que se associar depois de dezembro deste ano, só poderia passar a votar nas eleições do clube em 2031, daqui nove anos, afinal, as próximas votações ocorreriam em 2024 e 2028.
A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, se manifestou nas redes sociais concordando e divulgando a nota do movimento. "Fazemos das palavras do @SohCorinthians as nossas. Leiam a nota!", escreveu a entidade em publicação nas redes sociais.
Gaviões endossa nota do movimento "Só Corinthians" que pede que mudança no estatuto acompanhe o tempo mínimo de direito a voto
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Entenda a situação
Neste momento existe uma Comissão de Reforma Estatutária que estuda diversas mudanças no regulamento interno do Corinthians, entre elas, a extensão do vínculo do presidente e dos conselheiros por doze meses, passando de três para quatro anos.
E é com base nessa possibilidade de mudança estatutária que pessoas que apoiam Duilio passaram a articular internamente por uma mudança já nesta gestão. Ou seja, com o próprio Duilio usufruindo de um período maior de permanência.
A situação causa bastante discórdia entre sócios e conselheiros, inclusive, dentro do próprio grupo político de Duilio. Há bastante rejeição para tal possibilidade. A reportagem do Meu Timão conversou com alguns membros do Conselho Deliberativo que enxergam tentativa de golpe desses sócios e conselheiros.
De acordo com o presidente da Comissão, André Luiz de Oliveira, o André Negão, o texto do documento que está sendo finalizado, a princípio, deixará claro que a mudança para um mandato de quatro anos valerá apenas a partir da próxima gestão (janeiro de 2024 a dezembro de 2027).
A reportagem colocou à disposição da assessoria de imprensa do Corinthians a possibilidade de uma manifestação de Duilio sobre o assunto, mas não houve resposta até a publicação dessa matéria.
Assim que a Comissão de Reforma Estatutária terminar os trabalhos, o documento será submetido ao crivo do Conselho Deliberativo e, posteriormente, será a vez da votação dos associados (Assembleia Geral). Apenas após o aval dos dois órgãos é que as mudanças passarão a valer na prática.