O fim da torcida única em clássicos em São Paulo está mais distante por causa da emboscada feita por palmeirenses a torcedores do Corinthians na semana passada. Ao menos é o que indica o movimento recente de um grupo que discutia ao menos um afrouxamento das medidas impostas em território paulista desde 2016.
Alguns promotores do Ministério Público, principal órgão defensor da torcida única, juízes do juizado do torcedor, além de membros das polícias Militar e Civil chegaram a debater condições para afrouxar as medidas atualmente em vigor.
Segundo duas pessoas ouvidas pelo ge.globo, ambas participantes desse colegiado, porém, o ataque de palmeirenses reforçou argumentos dos que defendem a manutenção da torcida única, provocando um atraso na discussão.
O estado de São Paulo tem uma imposição de torcida única desde uma briga entre corinthianos e palmeirenses em 2016, antes de um duelo pelo Campeonato Paulista.
O problema se deu na quinta-feira, dia 9 de fevereiro, quando corinthianos retornavam de São Bernardo, onde ocorreu o jogo do Timão pelo Paulista. Alguns ônibus que transportavam os torcedores foram emboscados pela Mancha Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, e um dos veículos foi queimado.
O enfrentamento ocorreu na região da Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo, na Avenida do Estado, e quatro pessoas ficaram feridas. Ainda, ônibus e instrumentos da Gaviões foram destruídos pelos palmeirenses.
O Palmeiras havia encarado a Inter de Limeira horas antes em seus domínios pelo Campeonato Paulista, já o Timão também jogou contra o Internacional, pela Supercopa do Brasil Feminina, na Neo Química Arena, além do embate no ABC. Do estádio no ABC até o estádio palmeirense são 29km de distância.
O confronto já havia tido repercussão na semana passada, com a possível intervenção do PCC para que não houvesse mais brigas - algumas organizadas chegaram a divulgar notas cobrando o fim do problema e prometendo punição a envolvidos.