Possível 'salve' do PCC faz torcidas organizadas punirem violência no futebol paulista
32 mil visualizações 176 comentários Reportar erro
Por Meu Timão
Um possível "salve" do Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentou as torcidas organizadas de São Paulo a tentar acabar com as brigas entre si no estado. Ainda que não se confirme a existência de reuniões e a ligação das mensagens com a organização criminosa, houve uma mobilização nos últimos dias para punir quem entrar em confusão.
Segundo reportagem do Uol, foi relatado nessas mensagens por torcedores várias reuniões com o PCC, nas quais integrantes da facção teriam ordenado o fim das brigas entre torcidas. A motivação foi, principalmente, pela emboscada da Mancha Verde a três ônibus de organizadas do Corinthians, na última semana, onde haveria ao menos um torcedor ligado à organização.
A matéria procurou Polícia Civil, Ministério Público e os líderes das organizadas, mas nenhuma das partes confirmou que tal ordem viria do PCC. Porém, só a possibilidade de envolvimento do grupo criminoso já causou medo em vários torcedores.
"Se essa história do PCC é verdade ou não, é difícil saber. Mas o que é verdade é o efeito que a história está tendo sobre as torcidas. Quem vai brigar agora? Ninguém vai se arriscar a desafiar uma 'ordem' do PCC", disse um torcedor com vários anos de organizada, em conversa com o Uol na condição de anônimo.
Na última quarta-feira, as principais organizadas dos rivais do Corinthians em São Paulo emitiram nota oficial proibindo o envolvimento de membros em brigas em todo o estado. Mancha Alviverde, Independente e Torcida Jovem do Santos prometeram punição a pessoas que descumpram a regra.
Nenhuma das organizadas do Corinthians (Gaviões e Camisa 12 foram os principais alvos da emboscada palmeirense) publicou notas nesse sentido. As últimas postagens das organizadas têm relação à mobilização para o jogo desta quinta-feira, contra o Palmeiras, às 21h30, na Neo Química Arena, pelo Campeonato Paulista.
O grupo criminoso é conhecida por dar "avisos", que são ordens que devem ser seguidas por membros de dentro da facção e também para aqueles que não fazem parte. Em um dos áudios que circularam, enquanto o aviso dado pelo PCC estiver valendo, o líder que permitir a violência será punido com morte.
O delegado que investiga o conflito da última semana, César Saad, e um membro do Ministério Público afirmaram que não receberam nada sobre a ordem do PCC. Porém, ambos confirmaram que irão investigar o assunto.