Cris Gambaré, ex-diretora do departamento de futebol feminino do Corinthians , agora comanda a Seleção Brasileira Feminina e já tem como primeiro desafio a Olimpíada de Paris 2024. Em entrevista ao portal Fut das Minas, a coordenadora técnica do Brasil reafirmou o desejo de expandir o sucesso conquistado no Timão para um âmbito nacional .
“O que pesou (para sair do Corinthians e ir à Seleção) foi aquele propósito de fazer o melhor e muito mais para o futebol de mulheres. Eu sabia que dentro do Corinthians já havia criado e consolidado um departamento e, que sem a minha presença, conseguiria seguir exatamente como eu coloquei e construí. Isso me deu uma segurança para aceitar esse convite e esse novo desafio como coordenadora das seleções femininas. Agora, trabalhar muito para que a gente consiga chegar e ter o mesmo êxito e o mesmo empenho que eu tive na gestão do Corinthians”, disse Cris.
A equipe feminina do Timão já é uma realidade do futebol brasileiro. As Brabas estão invictas na temporada e seguem como líderes do Campeonato Brasileiro. No início do ano, ainda com a presença de Cris Gambaré no comando do clube, o Timão ergueu a taça da Supercopa Feminina pela terceira vez consecutiva. Chama a atenção também, o número de público para os jogos, que tem aumentado e bate recordes ano a ano.
Todas essas conquistas do clube alvinegro são legados de uma gestão que começou em 2016, na reativação da modalidade e sob liderança de Cris Gambaré e Arthur Elias , técnico que agora também faz parte da comissão do Brasil. Para a diretora, a missão de repetir o feito na atual posição se esbarra na diferença de ambientes entre clube e seleção, porém o sucesso do Corinthians é sim um molde a ser seguido.
“A CBF lida com outras organizações, a gente lida com uma esfera mundial. Então, (na CBF) existe um pouco mais de habilidade, um pouco mais exigência, um pouco mais de preocupações, com o caminho que vamos traçar. Mas eu vou trazer muita bagagem positiva e tentar disparar e compartilhar com os meus pares aqui dentro do departamento. Coisas boas eu tenho para falar e para fazer. Agora é só uma questão de tempo para poder realmente executar e fazer o melhor aqui para a seleção”, afirmou a cordenadora.
Por fim, a diretora ainda destrinchou sua relação com as categorias de base da Seleção. No Corinthians, Cris viu o nascimento do Sub-13, 15, 17 e 20 e espera lidar de maneira firme com essas categorias na Seleção Brasileira. Segundo ela, a principal ideia é integrar as jogadoras de base com o elenco principal, promovendo assim um “elo de ligação” entre as divisões. Outra ideia também é reacender essa chama nos clubes brasileiros.
“Primeiro, a integração realmente das categorias, todas elas terem realmente aquele elo de ligação, porque uma atleta, às vezes, vai servir para outra categoria e vice-versa. Então, essa integração é o que é um planejamento inicial. Os clubes também fazem parte desse movimento. Então, é um outro planejamento de conectar todas essas partes para que a gente consiga sair num ambiente saudável e bem positivo para a seleção”, completou Cris Gambaré.
Como primeira grande missão ao comando da Seleção, a coordenadora realiza todos os preparativos da equipe brasileira para os Jogos Olímpicos em Paris. O Brasil disputa dois amistosos contra a Jamaica na data Fifa marcada de 27 de maio e 04 de junho e terá um período de preparação final para a competição que acontece em julho.
É importante ressaltar que o Brasil, assim como o Corinthians, passa por um momento de reformulação. Na Seleção, Pia Sundhage e Ana Lorena Marche deixaram seus cargos para dar espaço a Arthur Elias e Cris Gambaré, respectivamente. Já no Timão, foi Iris Sesso quem assumiu a vaga deixada pela diretora, e Lucas Piccinato quem lidera agora a comissão técnica do clube.