António Oliveira, treinador do Corinthians, defende que faltou eficiência ao time na derrota para o Flamengo por 2 a 0 neste sábado . De acordo com o técnico português, os erros cometidos pela equipe ao longo da partida condicionaram o resultado, e admitiu que o adversário soube aproveitar melhor as oportunidades que se desenharam.
"Sabe que, nesses grandes jogos, com dois grandes colossos do futebol mundial, quem não mata, morre, portanto. Basicamente foi uma situação de eficácia onde o adversário, e falou muito bem aí, basicamente na segunda parte o adversário arrebatou uma vez à baliza, e deve ter sido nessa situação de transição. Em que o adversário fez o gol. Portanto, é evidente que temos enfrentado equipes fortes, boas, portanto nós não jogamos sozinhos. Já disse que o que destoa desses seis jogos até agora tem a o jogo contra o Juventude", disse António Oliveira em entrevista coletiva ao fim da partida.
O treinador acredita na evolução da equipe ao longo das últimas partidas, e afirmou que alguns resultados impostos ao Corinthians não traduziram integralmente aquilo que o clube apresentou em campo. António acredita que o Timão enfrenta boas equipes em um momento de reconstrução, mas admite que não é o momento de buscar justificativas, mas sim de resolver os problemas.
"Até lá, jogamos com o Fortaleza e o resultado não traduz aquilo que foi o jogo. Jogamos contra o Bragantino e, independe da qualidade dos adversários, na minha opinião o resultado não traduz aquilo que foi o jogo. Jogamos contra o Atlético-MG, na minha opinião também, o resultado não traduz aquilo que foi o jogo. Jogamos contra boas equipes dentro de um processo e de um caminho que nós estamos a construir quase do zero. Mas isso aí em um momento que, repare que nunca vou falar aqui se estou a jogar com 11 jogadores novos que nunca jogaram juntos. Futebol não é para arranjar desculpas, é para arranjar resultados", defendeu o treinador.
Para a partida contra o Flamengo, António Oliveira fez alterações significativas na formação do Corinthians. O treinador abdicou do sistema anterior utilizado, com linha de quatro defensores, e passou a utilizar três zagueiros, com Félix Torres, Gustavo Henrique e Cacá. Para ele, porém, não é este o fator principal dos resultados negativos, mas sim a ineficiência nas oportunidades criadas.
"Quando nós temos expectativas de gols de quase dois, contra o Fortaleza foi tal, no outro jogo não sei quanto, quer dizer... Tem a ver com eficácia. Se você está a frente da baliza a não faz o gol, é eficácia. Não é criação, não tem a ver com isso. Portanto, já disse que, repara, no último jogo contra o Nacional, não tivemos uma expectativa de gols tão alta e fizemos dois gols. Não existem dois jogos iguais. Isso não é PlayStation e nem Football Manager, porque, senão, qualquer um era treinador, portanto. Temos que ser muito mais racionais. Portanto, eu compreendo, aceito todas as perguntas, portanto acho que a eficácia é a palavra que mais ecoa essa situação. E outra, já o disse aos jogadores. Ainda mais nesse tipo de jogos, já aumenta até com menos oportunidades. As equipes até acabaram por criar mais do que o habitual em jogos mais truncados. Nesses jogos aqui, contra esse tipo de equipe, quem não mata, acaba por morrer", disse o técnico português.
Quando perguntado sobre os objetivos do Corinthians no Campeonato Brasileiro, o técnico português afirmou que ainda é cedo para cravar que o Timão brigará contra o rebaixamento. Ainda assim, com cinco pontos conquistados em seis jogos, a equipe pode entrar o Z4 ainda nessa rodada e depende de outros resultados para escapar.
"Você está falando isso na sexta rodada, em rebaixamento, é isso? Eu acho que a dimensão do clube não condiz com esse tipo de pergunta, portanto. Evidente que chegamos a nossa realidade e vamos trabalhar mais para conquistar mais pontos", defendeu António Oliveira.
Por fim, António aproveitou a oportunidade para pedir desculpas à torcida, que esgotou os ingressos do setor de visitantes. O treinador reconheceu a força que os corinthianos exercem no clube, mas admite que o resultado não agradou.
"E desde já dar uma palavra de apoio. Evidentemente que eles gostariam de ter tido outro resultado, de agradecimento ao torcedor que hoje compareceu. Aqui ver a vitalidade, e a força deste clube, que sabemos que em qualquer contexto, em qualquer situação, em qualquer campo, nunca estaremos sozinhos. Estar grato e agradecido. Estamos todos agradecidos a eles. Infelizmente, pedir desculpas porque não conseguimos dar a eles o que eles queriam", afirmou.
Para ele, porém, o tempo para lamentar o resultado contra o Flamengo já se esgotou. O treinador defende que é hora de virar a chave e recolocar o foco do clube na partida contra o Argentinos Juniors, na próxima terça-feira, na Neo Química Arena, para o que ele define como uma "final" para o Corinthians.
"Agora eu não posso nada apontar aos jogadores no dia de hoje. Eles deram tudo para conquistar os três pontos. Agora é 15 minutos de frustração. E não há tempo para lamentar. Chorar é lá dentro. A partir desse momento é converter toda essa frustração em energia rapidamente, porque terça-feira temos um jogo importante. Porque cremos que, para nós, vai ser uma final e nós queremos estar preparados para ganhar", finalizou António Oliveira.
O Corinthians volta a campo na próxima terça-feira, contra o Argentinos Juniors, às 21h30, pela penúltima rodada da Conmebol Sul-Americana. Hoje com sete pontos e em segundo lugar no grupo F, o Timão precisa vencer para seguir na briga pela classificação às oitavas de final da competição continental.