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O dono do Mundo
Letícia Beppler

Musa do Corinthians no Musa da Torcida 2014, Sócio-fundadora da Fiel Sul Torcida, catarinense e corinthiana com orgulho, maloqueira por opção.

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O dono do Mundo

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O dono do Mundo

Mundial do Corinthians, em 2000

Alguns de vocês há exatos quinze anos atrás, estavam presentes no Maracanã. Outros quem sabe, ainda nem tinham nascido. E acredito que a grande maioria, assim como eu, estava em qualquer lugar do mundo, mas diante de uma telinha, torcendo pelo Coringão. Eu estava com 11 anos de idade e lembro de ter assistido aos primeiros jogos em Balneário Camboriú, de férias com a minha família. A pouca idade que tinha na época não me permite lembrar de muita coisa, mas das coisas que lembro, lembro-me como se fosse ontem. A primeira recordação vem da sala de estar da casa minha tia , quando eu e meu irmão, começamos a brigar pelo controle remoto da TV afim de achar logo o canal de esporte, já que meu pai não estava presente para nos orientar como de costume e era aquele dia que o Corinthians estreiava no "tal Mundial". Dos jogos, tenho vagas lembranças de lances e comemorações, mas sei que eu gritava toda vez que aparecia o Marcelinho, meu primeiro ídolo de infância e lembro até que fiquei assustada quando vi o índio de capitão. hahaha

Dida, Índio, Vampeta, Rincon, Marcelinho, Fabio Luciano, Edilson, Kleber, Adilson, Ricardinho e Luizão. Essa escalação sim, fazia jus ao apelido de TIMÃO. Timaço. Time que até o torcedor mais pessimista e o rival mais abusado sabiam que entrava em campo era pra vencer, e mesmo se não vencesse no placar, vencia no espetáculo. Eu lembro da raça, das jogadas onde a bola passava tão bem de pé em pé que até pareciam ensaiadas, dos gritos de olé, dos gols incríveis e da comemoração da massa de torcedores que lotava o estádio pra fazer aquela imensa festa com grandes bandeiras, fumaças e papéis picados. E que festas. E que tempo bom. E que saudade dessa época e desse futebol. Comparando detalhe por detalhe do que éramos naquele ano e o que somos hoje, eu tenho certeza de que sou uma privilegiada por ter vivenciado tudo aquilo um dia. Os jogadores não são mais os mesmos, os estádios não são mais os mesmos, a festa e a torcida não são mais as mesmas, mas o nosso amor continua aqui. Fazendo-nos lembrar da felicidade que transbordamos naquele dia, e que torcemos sempre para que nos transborde até hoje.

No dia da final, eu não sei bem o porquê, mas já estava em Blumenau, minha cidade natal. Meu pai tinha ido assistir ao jogo no bar do meu tio com seus amigos e irmãos, a maioria também corinthiana... e lá ficamos, minha mãe, meu irmão e eu somando nervosismo diante da TV da casa da minha avó. Desse dia, tudo que me lembro é a partir daquela pavorosa cobrança de pênaltis. Eu já mencionei que era super fã do Marcelinho Carioca né? Então vocês imaginam como eu fiquei quando ele perdeu aquele pênalti. Saí chorando em direção a cozinha falando que não conseguiria mais assistir aquilo (era emoção demais pra uma menina de 11 anos!) e comecei a rezar, chorar e fazer todas aquelas coisas que até os não devotos fazem quando estão desesperados. De repente, comecei a ouvir gritos de euforia da minha mãe (histérica e aguda, como sempre!) e do meu irmão (discreto, como sempre também) e lembro de terem se passado mil perguntas na minha cabeça em cerca de 5 segundos: - Será? - Como a gente conseguiu? - O Edmundo errou? - O Dida pegou? O que aconteceu? - até chegar correndo na sala e constatar que aquilo estava acontecendo mesmo. Só de lembrar, posso sentir aquela sensação subindo pelos meus braços arrepiados e o gostinho daquela alegria resumida em pular em cima do sofá e fazer barulho pra vizinhança ouvir. E logo depois a ligação do meu corinthianíssimo pai para selar a conquista e confirmar o óbvio:

- É CAMPEÃO MUNDIAL FILHA, É CAMPEÃO MUNDIAL!

Mas a verdade é que pra mim pai, muito antes do dia 14/01/2000, o Corinthians já era o dono do mundo.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Musa do Corinthians no Musa da Torcida 2014, Sócio-fundadora da Fiel Sul Torcida, catarinense e corinthiana com orgulho, maloqueira por opção.

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