Bonitinha, mas ordinária
Opinião de Marco Bello
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Sim, o título da coluna é uma referência a uma obra do escritor brasileiro Nelson Rodrigues, que um dia proferiu a genial frase: “toda unanimidade é burra”.
E é mesmo. Não existe nada real em que não haja discordância. Se todos concordam, é porque tem algo errado.
Vamos ao futebol, e mais importante, ao Corinthians.
O time de Carille está longe de ser uma unanimidade. E Carille está longe de ser burro.
O técnico tem suas convicções, estudou muito para isso, conhece o clube provavelmente mais do que ninguém hoje em dia. Está lá dentro, convivendo diariamente nos bastidores, desde 2009.
Sabe que se cobra resultados mais do que tudo. E em termos de resultados não há o que se falar de Carille. Quatro títulos em três anos.
Bonitinha? A equipe dirigida por ele não é. Joga feio. Joga chato. É difícil de assistir. Por isso, ordinária. Não no sentido da obra de Nelson Rodrigues: "indecente, incorreta". Mas em outro sentido da mesma palavra: "simples, banal, comum".
É um time que joga o básico do básico do futebol. Defesa segura, toques curtos, poucos erros de passes, cruzamentos na área, gols pouco trabalhados. Lógico que há exceções, mas geralmente é assim.
Como foi nessa quarta-feira contra, o lanterna do Campeonato Brasileiro, a Chapecoense.
Lógico que o gramado prejudicou, mas não se pode fechar os olhos para a falta de qualidade das duas equipes no jogo. Uma, na quarta colocação do campeonato, outra na última.
Gol de cabeça do antes contestado Danilo Avelar após cruzamento do contestado Clayson.
Terceira vitória seguida. Terceira sem brilho. 41 pontos, o mesmo que o elogiado time do Santos dirigido pelo elogiado técnico Jorge Sampaoli.
Pontuação de candidato a título com atuações sofríveis. Deste jeito já conquistou um título no ano, o campeonato paulista. Deste jeito pode surpreender no brasileiro.
Carille está longe de ser uma unanimidade, mas é vencedor, sem dúvida.
Já foi duramente criticado em outros anos, e sempre venceu. Coincidência?
Voltemos ao grande Nelson Rodrigues, que em sua obra “O Casamento”, decretou:
"Toda coincidência é inteligente".
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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