Passagem de Roger pelo Internacional foi apagada e não deixou saudades; especialistas opinam
26 mil visualizações 167 comentários Reportar erro
Por Vinícius Souza e Rodrigo Vessoni
Próximo de ser contratado pelo Corinthians, o centroavante Roger não deixará saudades no Internacional. Em pouco mais de quatro meses de clube, o jogador de 33 anos disputou 13 partidas e marcou apenas dois gols, ambos sobre o modesto Avenida. Marcas aquém para um atleta que se destacou com a camisa do Botafogo em 2017 e despertou interesse do próprio Timão.
Leia também: Fiel opina sobre possível chegada de Roger ao Corinthians; confira resultado de enquete
Em novembro, já em fim de contrato com o Botafogo, Roger recebeu proposta do Corinthians, à época recém-campeão brasileiro e presidido por Roberto de Andrade. O atacante, que se recuperava de cirurgia para a retirada de um tumor benigno do rim, optou pela oferta colorada, superior tanto em salários como período de vínculo.
Roger, contudo, não conseguiu mostrar pela equipe gaúcha o futebol que o fez ser contratado. Ele perdeu peso devido ao procedimento cirúrgico e demorou a engrenar no Campeonato Gaúcho, sendo criticado por parte da torcida e da imprensa especializada. Afora a dobradinha diante do Avenida, não balançou as redes por lá.
Na avaliação de quem acompanhou a curta trajetória do centroavante em Porto Alegre, o goleador acabou prejudicado pela questão física. De quebra, com Leandro Damião em tratamento no departamento médico (com contratura na coluna cervical), não conseguiu aproveitar as oportunidades dadas pelo técnico Odair Hellmann.
Roger foi titular na vitória do Internacional por 2 a 1 sobre o Vitória, quarta-feira passada, pela quarta fase da Copa do Brasil. Devido à atuação abaixo do esperado, foi substituído por William Pottker aos 11 minutos do segundo tempo.
O que há de concreto entre Roger e Corinthians?
As diretorias de Timão e Internacional conversam pela liberação de Roger desde a última semana. Neste período, o clube paulista acertou o empréstimo do também atacante Lucca ao mesmo time gaúcho, que não deve barrar a saída do centroavante ex-Botafogo em definitivo.
Se depender de Roger, a transferência ao Corinthians é questão de tempo...
Lucas Collar, da Web Rádio Hincha:
O Roger foi contratado pelo Internacional pra ser o reserva do Leandro Damião. Na Série B, quando o Damião lesionou, o Internacional teve muitos problemas, jogava o Carlos, o Roberson, que acabou saindo, e o Inter ficou muito dependente do Damião. O Inter contratou o Roger, já vinha conversando com ele há muito tempo, e o trouxe para ser o reserva imediato. Até se especulou que o Roger poderia ser o titular quando o Damião começou a perder muitos gols no Gauchão, na Copa do Brasil... Ele deu uma amostragem boa no time reserva, fez dois gols no Avenida, que é um tome do interior, só que depois o Damião se machucou, o Roger ganhou sequência no time titular e não conseguiu jogar, não conseguia fazer gol, tinha problema para dominar bola, sempre chegando atrasado. E aí acabou sendo muito criticado pela torcida, tanto que surgiu o Brenner, um garoto que fez uma boa Copa São Paulo, foi artilheiro do Inter semifinalista. Muito se cobra que se dê uma chance ao Brenner e que o Roger fosse para o banco, até pegou a gente de surpresa essa negociação porque o Odair (Hellmann) estava bancando o Roger no time titular, ele foi titular contra o Vitória na última quarta-feira apesar das críticas.
O Roger é um centroavante bem limitado e que não conseguiu jogar no Internacional o futebol que vimos no Botafogo. Apesar da lesão do Damião, que vai completar dois meses, ele não conseguiu assumir a titularidade, mesmo sem “concorrência”.
Rafael Diverio, do jornal Zero Hora:
Não me lembro de um começo de trabalho tão ruim do Roger, pelo menos do Roger que a gente conhece, aquele centroavante inteligente – até não é muito goleador, nunca foi a principal virtude dele, mas um jogador inteligente, de boa movimentação, de abrir espaços, de fazer parede, de ser assistente... Esse Roger não apareceu, não vestiu a camisa do Inter e talvez, vamos ver se tem um pouco mais de sorte, vista a camisa do Corinthians. Ele é uma grande pessoa, a gente teve oportunidade de entrevistá-lo algumas vezes aqui, sempre foi muito solícito, sempre se mostrou ligado ao projeto do clube, à ideia do Inter, à situação pessoal dele, mas em campo ele não deu a resposta que o Inter precisava. Pareceu sempre fora de ritmo. Sabe quando a bola passa embaixo do pé? O passe sai um metro para frente, no tempo errado? Me pareceu que o Roger sentiu falta de ritmo de jogo, a eliminação precoce do Inter nas quartas de final do Gaúcho contribuiu para isso, ele acabou perdendo um pouco do ritmo de jogo que havia adquirido. Talvez se tivesse jogado algumas partidas com o Inter B, alguns jogos-treino, poderia ter dado uma resposta melhor.
O último jogo dele contra o Vitória foi muito ruim, talvez a pior partida dele com a camisa do Inter. Ele errou absolutamente todas as jogadas que tentou. Vamos ver se no Corinthians, mais próximo da família, mais tranquilo, num ambiente diferente, num time mais ajustado, ele possa dar uma resposta mais positiva do que deu aqui no Inter. É uma grande pessoa, trata-se de um grande ser humano e já teve bons momentos de centroavante. Vamos ver se no Corinthians ele recupera essa qualidade.