POR: Lucas Bettine

Falta de pontaria, desinteresse nos treinos, displicência, falta de categoria... O ataque corintiano, segundo pior do Brasileirão deste ano, com apenas 25 gols marcados -; o Náutico anotou 20 -;, ouviu diversas críticas durante a competição. Embora a maioria delas seja justa, o problema está mais embaixo: na hora de passar.

Apesar de ter nomes de qualidade no meio de campo, como Danilo, Douglas e Renato Augusto, o Timão é a equipe que mais errou passes em todo o torneio nacional. Foram 1.366, no total. Tendo Edenílson como o pior do quesito na competição, com 194 erros.

'Pressão extracampo, dentro do campo, do próprio jogador, de ter de resolver logo a situação... Tudo isso acaba atrapalhando. Ficou bem claro no último jogo. Tentamos muitos chutes de fora da área, quando poderíamos dar um passe melhor. É a vontade de querer sair logo dessa situação', disse o meia Renato Augusto, alegando que o nervosismo da má fase atrapalha, sim, em campo.

Ele tem uma boa dose de razão. Sem o passe com qualidade, o Timão está apelando para o drible, também sem sucesso. A equipe é a que mais erra em jogadas individuais no Brasileirão e, com isso, é disparada a que mais perde a bola (1.928 vezes, contra 1.773 do Santos, segundo colocado no quesito).

reflexo/ Tudo isso acaba refletindo no setor ofensivo. Poucas bolas chegam com qualidade a Pato, Guerrero, Emerson e outros homens de frente. A prova disso é que o Timão é um dos times que menos chutam, com 368 tentativas (Criciúma, 343, e Grêmio, 361, estão atrás).

Isso, claro, não exime os atacantes de culpa. Os erros nos passes só mostram que a pressão não pode cair apenas em cima dos goleadores. Contudo, não indica que estão fazendo tudo certo. E eles sabem disso.

'Como os atacantes falam, eles vivem de gol. Quando a bola não entra, ficam tristes. Mas estamos no caminho certo. Nosso desempenho vem melhorando e, uma hora ou outra, o gol sairá', falou Renato Augusto, meia de origem, mas que vem atuando mais avançado.

Fonte: Diário de São Paulo