No 'Ping pong' com Cássio, da Band, nosso arqueiro foi perguntado qual seria o maior ídolo do Corinthians. É um debate justo perguntar-se quantos e quais jogadores da nossa história merecem tal referência, mas é de longe um desafio inglório perguntar-se qual é o maior. Isso não acontece entre nossos rivais, pois seria muito complicado ser santista e não ter Pelé como o maior ídolo, tampouco ser flamenguista e não pôr o Zico na prateleira. Acontece que nem Rivelino, ou Sócrates, nem Marcelinho ou Cássio alcançam a mesma unanimidade.
Acredito que instituições possuem um carisma que advém de sua história e de seus símbolos. O nome é, ao que me parece, fundamental para compreender a identidade das instituições, pois todos se voltam para ele, cedo ou tarde, na hora de responder ao que estão filiados. Parece bobeira, mas 'Corinthians' não é o nome dado a um lugar, mas a um povo, especificamente o povo da cidade de Corinto. Quando nascido o clube, seu primeiro presidente, Battaglia, revelou profeticamente o que seria o Corinthians: um time do povo. Talvez, não tivesse consciência do significado do que dizia, mas disse. Ao adotar o mosqueteiro, ou São Jorge, ao ter uma torcida organizada cujo nome está em plural ('gaviões', não 'gavião'), o clube assumiu seu caráter popular.
Na memória do torcedor, seguramente, estará entre os momentos mais importantes do time, não o título de 77, nem que marcou o gol da taça, mas a invasão de 76 e o próprio jejum. Seguramente, Guerrero não goza da mesma admiração que outros jogadores marcantes, mas emociona a invasão de 2012 sobre o Japão. Não nos chamamos de 'soberano', nem 'academia', ou 'time' disso ou daquilo, identificamo-nos como um Timão, como um bando.
Cássio, ao responder a pergunta do tal ping pong, disse que o maior ídolo do Corinthians é sua torcida. Acho que disso ninguém tem dúvida.