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Amor pelo time: 'Joguei as cinzas do meu pai no jogo do Corinthians!'

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Publicado no Fórum do Meu Timão em 17/02/2016 às 15:32
Por DOUGLAS LEAL (@douglasleal)

Leiam essa história.. Filha joga as cinzas do pai no jogo do Corinthians!

A família toda se reuniu no estádio pra realizar o sonho do pai da Denise

Meu pai, o seu Jorge, fumou a vida inteira. Claro que uma hora os problemas de saúde chegaram. Quando estava com 76 anos, em 2004, precisou fazer uma operação de risco no coração. Antes de entrar na sala de cirurgia, ele me disse: “Filha, se algo der errado, cremação!”. Somos kardecistas e acreditamos que o espírito não é enterrado com o corpo. Na hora, lembrei que minha mãe, que havia falecido seis anos antes, nunca contou onde deveríamos espalhar suas cinzas. Acabamos jogando na cidade de Lins (SP), onde ela passava as férias.

Por isso, perguntei ao meu pai se ele tinha alguma preferência. E, antes da sua resposta, emendei: “Já sei: num jogo do Coringão, né? ” Ele concordou. Afinal, papai era corintiano roxo, como toda nossa família.

Dias depois, por estar muito debilitado, seu Jorge acabou morrendo. Na hora de decidir sobre o velório e enterro, contei para meus três irmãos a respeito do desejo dele e decidimos realizá-lo. Dois dias depois da morte, alugamos uma van para ir ao jogo do Corinthians contra o time do Atlético Paranaense no estádio do Pacaembu, para nos despedirmos de nosso pai.

Só tinha um problema: como entrar com quase 2 kg de cinzas no estádio se eles revistam os torcedores? Pensamos numa solução criativa: meu irmão mais velho, o Roberto, que tinha uma seladora, fez pequenos saquinhos de plástico com as cinzas para levarmos escondidos. Chamamos de “pacotinhos de pai”. Os meninos usaram os saquinhos como se fossem palmilhas. Eu brincava que, se nos parassem na revista, apareceríamos no noticiário: “Família nipônica traz nova cocaína cinza!”

Deu certo: depois de passarmos pela revista, eu, minha sobrinha e o namorado dela despejamos as cinzas que estavam com a gente perto da pista de atletismo. O resto da família preferiu jogar na arquibancada. Foi lá que minha irmã se atrapalhou um pouco: ela jogou o pó contra o vento e a cinza acabou voltando para a cara dela. Rindo, ela falou: “Engoli o pai!” Todos deram gargalhadas!

Corintiano é assim: sofre até depois de morto!

Já me disseram que nosso gesto foi falta de respeito, mas não ligo. Nós, que somos da família, achamos que era a melhor coisa a fazer. No trajeto de ida e de volta do estádio, ficamos unidos relembrando as histórias do nosso pai. Isso aconteceu há 12 anos e até hoje damos boas risadas!

Foi a nossa maneira de se despedir dele. A única coisa que poderia ser diferente era o resultado do jogo. O Corinthians perdeu de 5 a 1... As cinzas do meu pai devem ter se revirado no campo! Corintiano é assim mesmo: sofre até depois de morto...- DENISE INABA

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