Entrevista do Cesar na Folha de São Pauo em 2020

A incrível história do Jamelão, um dos presidentes mais importantes da história da Gaviões da Fiel que morreu em 2012 era filho do Artilheiro do Palmeiras o Cesar Maluco

Sandra Deungaro, viúva do presidente da organizada, estava grávida e resolveu sair da zona sul de São Paulo, onde a família mora até hoje, para ir a uma cartomante para saber o sexo do bebê.
“Assim que a gente entrou, a cartomante olhou para o Jamelão e falou: ‘você sabe que é adotado, né? ’. Ele disse que não sabia e ela completou garantindo que o pai biológico estava no mundo do futebol”,
A mãe adotiva alega ter mencionado o fato quando ele era criança, mas o choque foi tão grande que Jamelão bloqueou a informação e a esqueceu. Questionada pelo filho em 1997, após a declaração da cartomante, ela confirmou e ele conseguiu descobrir que a mãe biológica havia morrido 2 anos antes, Restava tentar encontrar o pai.

Uma tia ajudou dando alguns nomes que poderiam ser o pai. Um deles o fez gelar: José Mansur. O vice-presidente de futebol do Corinthians nos anos 90 era um dos alvos preferidos das reclamações da Gaviões.

O único jeito foi pedir uma reunião com o cartola, que ficou preocupado. Imaginava que viria pela frente alguma demanda da torcida. Ao ouvir a história de Jamelão, Mansur ficou em silêncio por algum tempo, mas logo percebeu a semelhança física.

“Pode ir atrás. Seu pai é o César”, disse.

Jamelão ficou receoso da reação que o pai teria, mas estava determinado a conhecê-lo. Sandra e seus pais, Antonio e Olimpia Deungaro, bateram à porta de Cesar e logo depois para ouvir toda a história.
“É corintiano? ”, perguntou.

“É o presidente da Gaviões”, respondeu Sandra.

Foram poucos segundos de silêncio.

Jamelão se afastou aos poucos da cúpula da Gaviões. Encontrou no pai, artilheiro palmeirense, uma companhia. César logo percebeu que o filho tinha carisma, era capaz de fazer as pessoas gostarem dele. O problema é que desaparecia de tempos em tempos, mesmo que o pai o tenha contratado. Trabalharam juntos em uma concessionária da Mercedes em São Paulo.
“Não tinha importância nenhuma para mim ele torcer para o Corinthians. Eu sei que no início era difícil porque de repente apareceu um pai na vida dele. Eu fiquei feliz da vida por ele ser meu filho”, diz César.
O velório foi realizado no cemitério do Araçá, zona central de São Paulo. Com centenas de integrantes da Gaviões no local, o pai chegou para ver o filho pela última vez. Os componentes da torcida trocaram olhares, sem entenderem nada. Tinham a mesma expressão do porteiro da quadra da organizada na primeira visita de César Maluco. O que ele estava fazendo ali?

Poucos sabiam e começaram a espalhar a notícia.

“Fica quieto. É o pai do Jamelão